Incongruência. Esta foi a palavra escolhida pelo senador Jean Paul Prates, que é especialista em petróleo, gás e energias renováveis, para classificar o que o Governo Federal está fazendo com relação política nacional de petróleo, gás e energia.
A palavra incongruência significa inadequação, impropriedade, absurdo, inconsequência, inconveniência, desarmonia, incongruidade, barbarismo, desconexão, contrassenso, insensatez, entre outros termos semelhantes aplicados ao governo.
O senador Jean faz referência a venda de subsidiária da Petrobras, como a Transportadora Associada de Gás S.A (TAG) por 33 bilhões a multinacional Engie, que pertence aos canadenses e aos franceses.
Neste ponto, o senador Jean expõe a primeira grande incongruência: A Petrobras vendeu a TAG por 33 bilhões, que havia dava lucro de R$ 7 bilhões/ano, e hoje paga R$ 3 bilhões/ano de aluguel para usar esta rede de dutos.
É um ato de irresponsabilidade, que coloca em risco, inclusive, a soberania nacional no setor vital de energia, pois, segundo o senador, agora a Petrobras está refém do capital externo para abastecer o País com gás e energia.
A incongruência continua. “Depois de a Petrobras vender seus gasodutos, o Centrão (grupo de políticos legisladores que apoiam o governo em troca de liberação de recursos públicos para eles) quer construir uma rede desses dutos para usinas térmicas privadas produzirem energia!”.
O projeto que o Governo Federal entregou ao Centrão deve consumir dos cofres públicos “nada menos do que R$ 100 bilhões, recursos esses que viriam da exploração do pré- sal”, reclama o Senador Jean.
A ideia é usar dinheiro público para prover de gasodutos regiões sem gás natural canalizado. O maior beneficiado seria o empresário Carlos Suarez, dono das autorizações para distribuir gás em oito estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O senador lembra que “a rede foi batizada de Brasduto e a ideia, discutida desde 2015, já foi incluída como “jabuti” (matéria estranha) em vários projetos, mas nunca conseguiu emplacar”. E nem tinha como isto ocorrer.
Jean Paul Prates estranha: “O assunto volta à tona em ano eleitoral, impulsionado por parlamentares que querem apoio financeiro do empresário que será beneficiado” com este mega investimento com recursos públicos.
Para o senador, o Governo está dilapidando a Petrobras, se desfazendo de suas subsidiárias mais lucrativas, como a BR Distribuidora, Tag, Refinarias, Industrias de fertilizantes, por preços muitos abaixo do seguro destas instituições, para depois ficar reféns de quem as comprou.
Jean diz que não faz sentido algum passar décadas buscando a autossuficiência em petróleo e quando isto finalmente ocorre, o Governo Federal (Temer) edita uma medica para o Brasileiro pagar pelo derivado de petróleo seguindo o preço praticado nos mercados internacionais.
Ou seja, o petróleo é extraído, transportado e refinado com custos em reais, mas na hora de vender ao consumir, isto é feito como se todo o processo de extração, refino e transporte estivesse sido feito em solo americano, em dólar.
Daí o lucro absurdamente alto da Petrobras em 2021 (106 bilhões) e no primeiro trimestre de 2022 (44,5 bilhões).
“Bolsonaro faz com que a Petrobras, ao invés de servir ao Brasil, se sirva do Brasil”, finaliza o senador Jean Paul Prates em entrevista ao programa MOSSORO HOJE NAS ONDAS DO RÁDIO, levado ao ar pela Difusora de Mossoro de segunda a sexta-feira.