29 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:22
POLÍCIA
Cezar Alves
29/01/2023 15:11
Atualizado
29/01/2023 15:19

Reviravolta no caso do popular em situação de rua que morreu sexta no HRTM

Ao contrário do que foi informado amplamente na mídia, inclusive pelo MH (Peço desculpas) Seu Antônio Luiz Rodrigues, de 48 anos, não morreu em função de queimaduras por óleo de cozinha quente e, sim, em função de uma infecção generalizada no aparelho urinário. Não havia marcas de queimaduras de óleo no corpo de Seu Antônio. Para chegar a esta conclusão: o MH conversou com os profissionais de saúde do SAMU, da UPA do Alto São Manoel e do Hospital Tarcísio Maia, além de juntar documentos físicos. "Morreu de sepse, tenho nem dúvida”, disse o médico Marcelo Duarte, que o atendeu na UPA e no HRTM.
Ao contrário do que foi informado amplamente na mídia, inclusive pelo MH (Peço desculpas) Seu Antônio Luiz Rodrigues, de 48 anos, não morreu em função de queimaduras por óleo de cozinha quente e, sim, em função de uma infecção generalizada no aparelho urinário. Não havia marcas de queimaduras de óleo no corpo de Seu Antônio. Para chegar a esta conclusão: o MH conversou com os profissionais de saúde do SAMU, da UPA do Alto São Manoel e do Hospital Tarcísio Maia, além de juntar documentos físicos. "Morreu de sepse, tenho nem dúvida”, disse o médico Marcelo Duarte, que o atendeu na UPA e no HRTM.

Para os profissionais de saúde que trabalham no SAMU, na UPA do Grande Alto São Manoel e no Hospital Regional Tarcísio Maia, a história contada sobre a morte do Sr. Antônio Luiz Rodrigues, de 48 anos, na noite de quinta-feira, dia 26, não faz o menor sentido.

O primeiro fato confirmado pelos profissionais de saúde ouvidos pelo MOSSORO HOJE, é que o Sr. Antônio Luiz Rodrigues não apresentava queimaduras por óleo quente. Eles observam, em documentos por escrito, que Seu Antônio apresentava queimaduras do sol nas pernas.

Segundo ponto: O Sr. Antônio Luiz Rodrigues não foi à UPA do Grande Alto São Manoel para se tratar de queimaduras. Havia sido encaminhado pelo Programa Consultório de Rua segunda-feira, dia 23, para receber cuidados no aparelho urinário (substituição da sonda).

Quem o atendeu na UPA, foi o médico Marcelo Duarte. Na UPA do Grande Alto São Manoel, o paciente Antônio Rodrigues, com ajuda do próprio diretor da unidade, tomou banho e o próprio médico providenciou roupas limpas para Seu Antônio vestir.

Ao MH, o médico Marcelo Duarte narrou como Seu Antônio Rodrigues chegou à UPA.

“Consultório de Rua entrou em contato comigo, dizendo que desconfiando que ele tinha cortado a sonda vesical, e que podia ter ficado um pedacinho na bexiga ou uretra. Como eu estava tratando ele com dois antibióticos e não estava mais surtindo efeito, então desconfiei que ele estava com infecção, estava com os leucócitos com mais de 40 mil”, narra o médico.

“Eu acionei SAMU para transferi-lo para o Hospital Regional Tarcísio Maia, como prevê o protocolo. Saiu estável, bem, mas, observe-se, tinha uma possível sepse (infecção) de foco urinário, por isso encaminhei para cirurgia/urologia do HRTM”, explica Marcelo Duarte.


No Hospital Regional Tarcísio Maia, o quadro de infecção avançou nos dias de terça, quarta e quinta. Seu Antônio Luiz Rodrigues faleceu na noite de quinta para sexta-feira, dia 27. No prontuário médico, ficou registrado que a causa da morte havia sido a infecção generalizada.

Entretanto, a polícia, a mídia, a OAB, entre outros órgãos absorveram a informação falsa de que Seu Antônio Luiz Rodrigues havia sido vítima de um ataque com óleo de cozinha quente, desferido por um dono de restaurante no Centro de Mossoró, que não gostava de sua presença nas imediações do seu estabelecimento pedindo comida.

E quando citamos a mídia local, incluo também o PORTAL MOSSORÓ HOJE, o qual sou responsável. Ou seja, também divulgamos de forma errônea que Seu Antônio Rodrigues havia sido queimado com óleo de cozinha quente e que isto havia o levado a morte.

Veja AQUI.

Neste ponto, peço desculpas aos leitores.

Esclarecendo os fatos


No mesmo dia seguinte (sexta, dia 27), que a notícia foi veiculada, percebi uma série de perguntas que haviam ficado sem resposta nas primeiras reportagens. Porque o HRTM não enviou o corpo para passar por perícia médica no ITEP? Se as marcas de queimaduras eram nas pernas, como isto o teria matado em apenas 3 dias?

Fiz o básico: busquei o histórico social e médico de Seu Antônio Rodrigues nas unidades de Pronto Atendimento de Mossoró, em especial na UPA do Santo Antônio, onde costumeiramente frequentava para pedir comida e medicação.

Também procurei saber quem o socorria e descobrir que era paciente do Consultório de Rua, que desenvolve um trabalho magnífico com as pessoas em situação de rua em Mossoró. Busquei saber quem era o médico que o atendia na UPA e descobri que se tratava de Marcelo Duarte, que escreveu: “Morreu de sepse, tenho nem dúvida”

Procurei saber quem o transferiu para o HRTM, no caso o SAMU, por regulação de Dr. Marcelo Duarte, plantonista da UPA naquela terça-feira, dia 24.

No HRTM, busquei conversar com as enfermeiras e enfermeiros que cuidaram de Seu Antônio Rodrigues, assim como o médico responsável. Todos enfatizaram documentalmente que se tratava de uma infecção no aparelho urinário e nem cogitaram problemas com queimaduras causados por óleo quente, como havia sido espalhado no dia anterior.

Investigação

A Polícia Civil instaurou um inquérito policial para apurar a morte de Seu Antônio Rodrigues, com base o que estava sendo divulgado amplamente. No final da tarde de sábado, através de Nota,  o Governo do Estado informou que a Polícia Civil iria trabalhar em carater extraordinário para esclarecer os fatos. A conclusão desta investigação deve ocorrer nos próximos dias.

Notas

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