A partir desta terça-feira (10), produtos que tenham alto teor de sal, gordura saturada e açúcar adicionado precisam ter essa informação destacada no rótulo. A nova medida vale pra bebidas e alimentos fabricados a partir de outubro do ano passado. No entanto, poucos produtos nas prateleiras estão atualizados.
A exigência para que as indústrias coloquem na frente das embalagens e de forma bem visível a informação sobre quantidades elevadas de açúcar, gordura ou sódio serve para dar ao consumidor a chance de perceber quando o produto pode fazer mal à saúde e fazer a escolha que achar adequada.
As novas regras foram aprovadas e publicadas há três anos, e o prazo para a adequação da maioria dos produtos terminou nesta segunda-feira (9). Só que nos mercados a maioria dos produtos ainda não tem o novo selo.
Um levantamento feito pela USP e pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) nos últimos 11 meses mostra que a quantidade de produtos com rótulos adequados vem crescendo, mas ainda está muito abaixo do que determina a Anvisa. Em setembro, só 30% dos alimentos que deveriam ter o selo estavam adequados. Entre as bebidas, como refrigerantes e sucos, só 5% tinham o rótulo correto.
“A gente vê muita mais publicidade do que a informação nutricional de fato. Muitos alimentos infantis trazem as alegações de que tem vitaminas, tem minerais, fazem a criança crescer, por exemplo. E a gente vai ver a lupa, e ele é alto em algum nutriente crítico ali, que tem prejuízos para a saúde”, diz a coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, Laís Amaral.
Os pequenos produtores têm até outubro de 2024 para se adequar às normas. Já quem produz bebidas em embalagens retornáveis tem um prazo maior: até outubro de 2025.
Na sexta-feira (6), a Anvisa afirmou que a adoção da nova rotulagem “está em fase de implantação e adequação dentro do prazo previsto pela norma”.
Agência Brasil.