27 ABR 2024 | ATUALIZADO 14:28
SAÚDE
12/01/2024 11:20
Atualizado
12/01/2024 11:21

117 mil adulto foram diagnosticadas com depressão em 2023, em Natal

A capital do RN e Fortaleza, no Ceará, foram as que registraram o maior percentual de diagnóstico da doença, entre as capitais do Nordeste, com 13,2%. Os dados vêm da pesquisa Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, e apontam para um aumento nos casos. Em 2021, último ano em que o relatório havia sido divulgado, a capital potiguar apresentava um percentual de 11,8% de adultos com depressão, constatando-se um crescimento de 1,4% de diagnósticos em dois anos.
117 mil adulto foram diagnosticadas com depressão em 2023, em Natal. A capital do RN e Fortaleza, no Ceará, foram as que registraram o maior percentual de diagnóstico da doença, entre as capitais do Nordeste, com 13,2%. Os dados vêm da pesquisa Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, e apontam para um aumento nos casos. Em 2021, último ano em que o relatório havia sido divulgado, a capital potiguar apresentava um percentual de 11,8% de adultos com depressão, constatando-se um crescimento de 1,4% de diagnósticos em dois anos.

Atravessada por múltiplos fatores e frequentemente estigmatizada, a depressão é um transtorno frequente globalmente, afetando mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Não é diferente para o estado do Rio Grande do Norte. Em 2023, Natal registrou um percentual de 13,2% de adultos, cerca de 117 mil pessoas, com diagnóstico médico de depressão. O percentual é o maior dentre todas as capitais nordestinas, empatado com Fortaleza, no Ceará.

Os dados vêm da pesquisa Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, e apontam para um aumento nos casos diagnosticados da doença. Em 2021, último ano em que o relatório havia sido divulgado, a capital potiguar apresentava um percentual de 11,8% de adultos com depressão, constatando-se um crescimento de 1,4% de diagnósticos em dois anos.

Segundo a pesquisa, no ano passado, as mulheres representavam a maior porcentagem, correspondendo a 17,3%, enquanto homens respondiam por 8,5% dos casos de depressão diagnosticados.

Para Sarah Oliveira, preceptora psicóloga do Instituto Santos Dumont (ISD), existem alguns fatores facilitadores do diagnóstico. Ela considera que atualmente há uma procura maior por atendimentos terapêuticos, principalmente devido à pandemia, quando a conscientização sobre saúde mental foi um tópico frequentemente debatido.

“Temos os fatores contextuais, nossas histórias de vida, nossos contextos sociais, fatores socioeconômicos, o fator conhecimento, de saber que você pode buscar ajuda, tudo isso tem um peso muito importante. O aumento desses números, apesar de poder chocar, ao mesmo tempo significa que as pessoas estão buscando mais essa ajuda, então esse é um fator a ser levado em consideração”, explica.

A psicóloga acrescenta que a ausência de uma rede de apoio, aspectos que envolvem qualidade de vida individual e o adoecimento crônico são também características que aumentam a chance do desenvolvimento de uma doença mental.

Mesmo com os números indicando uma maior quantidade de pessoas buscando um diagnóstico, Oliveira reforça que ainda existem barreiras neste percurso. O acesso à rede de atenção psicossocial, apesar de ser garantido por lei, apresenta dificuldades.

Há uma demanda alta de pacientes, acima da capacidade de atendimentos, o que, para a profissional, implica em um cenário de subnotificação de diagnósticos e representa um dos principais obstáculos para o cuidado de pessoas com depressão.

Sarah avalia que são comuns “casos em que o acesso à psicoterapia aconteça com menos frequência do que o necessário, ou que o diagnóstico seja dado por outras especialidades. O usuário não consegue chegar ao psiquiatra para que se iniciem outros tipos de intervenções. Quando o usuário continua exposto ao que influencia esse transtorno, isso se torna uma dificuldade a mais quando essa pessoa começa, eventualmente, a intervenção”.

Cuidado em rede

Embora não seja um substituto para o acompanhamento e tratamento, a rede de apoio é um dos elementos fundamentais nesse contexto do cuidado. Sarah Oliveira explica que a socialização de informações sobre a depressão e sobre as possibilidades de tratamento, principalmente dentro de ciclos de amigos, família e colegas, é fundamental para “ventilar” a ideia de desmistificação da depressão.

“É importante que a gente tenha uma rede de apoio que fale sobre isso. Falar sobre depressão é muito importante, para que entendamos que se trata de um adoecimento e que há várias possibilidades de tratamento. Não basta que a pessoa procure ajuda, mas que nesse entorno, ela tenha esse acolhimento, esse cuidado dos familiares, do companheiro, dos filhos”, pontua a psicóloga.

Janeiro Branco

O primeiro mês do ano marca a campanha do Janeiro Branco, voltado para discutir a conscientização sobre saúde mental e emocional. Em todo o país, a busca por mobilização envolve múltiplos agentes, desde organizações e instituições até profissionais da saúde e membros da sociedade civil, no reforço ao cuidado e prevenção de doenças como depressão, ansiedade, pânico, transtornos de humor e outras condições psíquicas.

A quebra de estigmas e o incentivo ao diálogo são os principais pontos de atuação da campanha. Mais informações podem ser acessadas no Instituto Janeiro Branco.


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