O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o golpismo, o atentado contra as instituições e contra os agentes públicos que as integram nada têm a ver com ideologia ou com opções políticas.
Para ele, a situação representa a “expressão de um sentimento antidemocrático e do desrespeito ao Estado de Direito. Nós estamos falando de crimes previstos no Código Penal”, disse o ministro durante a 15.ª Sessão Ordinária do CNJ, realizada nesta terça-feira (19).
O ministro classificou as notícias sobre a tentativa de golpe planejada no Brasil após as últimas eleições presidenciais, em 2022, como “estarrecedoras”.
“As investigações estão em curso e é preciso aguardar a sua evolução. Mas tudo sugere que estivemos mais próximos do que imaginávamos do inimaginável”, afirmou.
Barroso afirmou ainda que o país já superou os ciclos do atraso, “mas é preciso empurrar para a margem da história comportamentos como esses que estão sendo noticiados pela imprensa, que são uma desonra para o país”.
Na avaliação do ministro, é um alento saber que as instituições republicanas estão funcionando bem e harmonicamente, como deve ser em uma democracia. “A investigação está sendo conduzida com muita seriedade pela Polícia Federal. Temos uma Procuradoria-Geral da República independente e o Poder Judiciário vai julgar conforme as leis e a Constituição”, concluiu.
A subprocuradora-geral da República Paula Bajer manifestou apoio ao Poder Judiciário e às palavras do presidente Luís Roberto Barroso.
“Fui procuradora eleitoral nas eleições de 2022 e sou testemunha de toda a correção do processo eleitoral. Estou estarrecida que estivemos muito perto de um golpe de Estado. As instituições e a lei são capazes de reagir a todas essas tentativas de violência”, assinalou.