A construção do Complexo Hidrossocial Oiticica vem, a cada etapa, apresentando desafios em diferentes setores: seja na engenharia, no social e também no ambiental.
O Programa de Resgate e Afugentamento de Fauna do complexo é uma das ações ambientais desenvolvidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), executado pelo Consórcio QS Oiticica, e reflete o compromisso institucional com a preservação da biodiversidade e a promoção da vida silvestre.
A ação envolve a retirada cuidadosa dos animais da área que será inundada, garantindo que eles sejam realocados para ambientes seguros e adequados.
De setembro de 2023 até agora, foram resgatados e salvos mais de 1.500 animais entre cobras, lagartos, tatus e anfíbios.
De acordo com o secretário Paulo Varella, da SEMARH, o projeto do Complexo Hidrossocial de Oiticica abrange vários aspectos.
“Não somente o social foi considerado, a questão ambiental é fundamental em todo esse processo também e foi levada em conta. Há um absoluto respeito pela vida das pessoas que moram ali, uma preocupação com o que vai ser feito com essa água para transformar isso em desenvolvimento e melhoria de vida, mas também um grande respeito com a questão do meio ambiente”, destacou.
A equipe formada por cinco biólogos realiza, diariamente, o recolhimento de animais na área que será inundada e também verificam os locais onde o trabalho com máquinas está sendo desenvolvido, o que totaliza cerca de 8 mil hectares. Os animais são distribuídos em 78 locais dentro da área de proteção da bacia.
“Entre outros procedimentos, verificamos o estado físico dos animais e se necessitam de cuidados médicos. Em alguns casos, encaminhamos para uma clínica veterinária, onde são avaliados através de um atendimento especializado”, explicou a bióloga Karolynne de Freitas Martins e Silva, coordenadora da equipe. As ações ambientais seguem enquanto houver trabalho ocorrendo na bacia hidráulica de Oiticica.
Ainda de acordo com a bióloga, a preservação da fauna local é fundamental à manutenção do equilíbrio ecológico. O principal benefício dessa atividade é a promoção da biodiversidade, que desempenha um papel crucial na estabilidade dos habitats e na resistência às mudanças climáticas.
“Ao assegurar que os animais sejam salvos e realocados adequadamente, estamos não apenas protegendo a vida silvestre, mas investindo no futuro sustentável de nosso ecossistema, em consonância com as diretrizes do Governo do Estado e com os esforços para garantir um meio ambiente saudável às próximas gerações”, destacou Karolynne. Também fazem parte da equipe do programa os biólogos Lucas Paulyno da Costa, Luciene Fernandes Campos, Marcell Platini de Azevedo Vilar e Viviane Almeida de Santana.
A BARRAGEM
O Governo do Estado está na fase final da construção da barragem Oiticica, no município de Jucurutu, obra que faz parte do Complexo Hidrossocial Oiticica. Os operários trabalham no último metro do trecho que restava para fechamento da estrutura, até atingir a cota máxima. A obra da barragem está com 99,81% executada.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), gestora das obras do Complexo, reafirma que a barragem será concluída em dezembro deste ano, restando apenas parte de algumas infraestruturas do conjunto de obras, e essas serão finalizadas em 2025.
Os serviços de concretagem do trecho final da barragem ocorrem inclusive à noite, em ritmo acelerado. Oiticica não se trata apenas de uma obra de ferro, pedra e cimento, mas de um equipamento de grande alcance social, que vai viabilizar o abastecimento de água de boa qualidade para 300 mil pessoas em 22 municípios do Seridó. A barragem comporta até 598 milhões de metros cúbicos. Será a terceira maior do Estado.