Parece história de pescador, mas foram necessárias mais de dez tentativas para a retirada de 3 peixes da espécie Pirarucu, cada um com cerca de 60 kg, de um açude privado, localizado na Fazenda Morais, no município de São Francisco do Oeste.
A pescaria aconteceu no sábado (8). Os animais precisaram ser retirados do local porque, devido ao seu tamanho, se tornaram grandes predadores, impedindo a reprodução de outras espécies nativas, como Tilápias e Curimatã.
Os peixes haviam sido colocados no açude pelo advogado Raul Moraes, no ano de 2021. Ele contou à reportagem do MOSSORÓ HOJE que, na época, a superpopulação de tilápia no açude havia se tornado um problema, então ele pensou em colocar no reservatório 5 peixes de uma espécie maior, para que fosse feito esse controle ambiental.
Pouco tempo depois, dois desses peixes foram retirados do local. Quatro anos se passaram e os três que permaneceram no açude fizeram com que o problema passasse a ser justamente o fato de eles terem crescido a ponto de impedirem a reprodução de qualquer outra espécie.
Diante da situação, começou a saga para retirá-los do açude. Segundo Raul, foram diversas tentativas frustradas, visto que as redes utilizadas não suportavam o tamanho e peso dos pirarucus e rompiam.
“A gente tentou mais de 10 vezes retirá-los do açude. A gente só conseguiu pescá-los usando uma rede própria para pesca em alto mar, para pesca de peixes de grande porte, aí a gente conseguiu retirá-los do açude”, explicou.
Após o sucesso da pescaria, os envolvidos fizeram diversos registros com os três peixes, que somados pesaram quase 200 kg.
Raul também contou ao MOSSORÓ HOJE que dois peixes foram divididos entre os pescadores envolvidos na pescaria e o terceiro ficou na casa dele, sendo divididos com seus familiares.
O pirarucu pode causar desequilíbrio ambiental, visto que ele é capaz de extinguir diversas espécies de peixes e invertebrados, introduzir parasitas nas espécies nativas e desestruturar as comunidades aquáticas.
No entanto, o advogado fez questão de frisar que os peixes estavam em seu açude particular, dentro de sua fazenda e que em nenhum momento representaram qualquer risco de dano ambiental para outros reservatórios do estado. Ele também afirmou que, por enquanto, não pretende mais criar a espécie.