28 SET 2024 | ATUALIZADO 13:13
ESTADO
Da redação
26/01/2016 14:43
Atualizado
13/12/2018 18:52

Frentistas se retratam e a Justiça revoga decreto de prisão preventiva em Apodi

Os oito frentistas trabalham no Posto Gonzaga Melo, usado pelo presidente da Câmara João Evangelista para desviar recursos, abastecendo veículos particulares com dinheiro público
Josemário Alves

Os oito frentistas do Posto Gonzaga Melo, de Apodi, se retrataram na Justiça e o promotor de Justiça Eduardo Cavalcante pediu e a juíza Ana Clarisse Arruda Pereira revogou o decreto de prisão preventiva, que havia sido decretada em virtude de terem mentido.

Foram liberados após prestarem depoimentos como testemunhas:

Franciele Fernanda Barbosa de Morais,

Francisco Tibério Lopes Medeiros;

João Paulo de Oliveira;

Paulo Henrique de Oliveira;

Mozaniel de Souza Vieira;

Laerton Clayton Jales Targino;

Alderi Rodrigues Vieira Sobrinho;

Margônia de Lima Chaves

Com a retratação dos oito frentistas, sendo eles seis homens e duas mulheres, a situação do presidente da Câmara Municipal João Evangelista ficou pior. Ele permanece preso preventivamente por ter obstruído as investigações do Ministério Público, destruindo documentos e "orientando" testemunhas a mentir ou omitir em seu favor.

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Na prática, os oito frentistas seguiram o mesmo depoimento prestado ao Ministério Público Estadual durante as investigações pelo frentista Francisco Maxsuel da Silveira Freitas, que não aceitou as pressões e falou a verdade aos promotores, revelando em detalhes como recebia as "ordens" de abastecimento para veículos particulares.

Francisco Maxsuel, ainda conforme o Ministério Público Estadual, também detalhou quais os veículos abastecidos. Na apuração, os promotores descobriram que em 2013 2 2014, presidente da Câmara havia colocado 2.501 litros de diesel em sua L200 particular e pago a conta com dinheiro da Câmara.

Os promotores descobriram também através das gravações telefônicas e os depoimentos dos frentistas deixaram bem claro que além da L200 de João Evangelista, também estavam sendo abastecidos carros particulares de outros vereadores, motos e até do irmão de João Evangelista, tudo pago pela Câmara Municipal.

Veja o trecho do processo:

E, por fim, somente a testemunha Francisco Maxsuel frisou, ipsis litteris, "Que aconteceu de ter abastecido motocicletas, cujos condutores apresentavam notas assinadas por Evangelista, (...); Que, além desses casos, abasteceu, uma vez, o carro do irmão do Presidente da Câmara, em nome da Câmara; Que esse apresentou a nota assinada e o declarante preencheu a quantidade; (...) respondeu ter abastecido o veículo tipo L200, cujo condutor era o Presidente da Câmara, bem como veículos dos vereadores Ângelo Suassuna e Filho Neto, (...); Que, toda semana, o Presidente da Câmara abastecia o veículo tipo L200 com diesel, no cadastro da Câmara". (fls. 168/168v, do PIC anexo).

O promotor Eduardo Cavalcante e outros sete colegas aguardam concluir os trabalhos na operação Apóstolo em Apodi até esta quarta-feira. O trabalho pode ser considerado um sucesso, sendo que foram executadas todas as prisões, todas as oitivas e as audiências de interrogatórios, de modo que não restou prejuízo as partes e nem na questão do andamento do processo contra o presidente da Câmara João Evangelista.

O vereador presidente da Câmara João Evangelista não é o primeiro a ir para a cadeia por obstrução do trabalho do Ministério Público Estadual. De acordo com os promotores, o trabalho contra a corrupção no Rio Grande do Norte tende a ser ampliado com outras operações em municípios distintos.

Em Macau, além do vereador Joab Fonseca, também estão presos e afastados dos respectivos cargos o prefeito Kerginaldo Pinto. Neste caso, os dois recorreram a instâncias superiores e não conseguiram liberdade.

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    Prisão especial

    Por ter curso superior, o presidente da Câmara João Evangelista vai ficar preso num cela reservada no Centro de Detenção Provisória de Apodi, segundo informou o direitor do estabelecimento Márcio Morais. Evangelista deve recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado para tentar revogar o decreto de prisão preventiva da Justiça Estadual a pedido do Ministério Público.

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