Carregar mais de 4 quilos em material escolar nas costas, pode provocar danos irreversíveis à coluna das crianças. Em época de início das aulas, o monitoramento dos pais deve ser constante.
O alerta é do ortopedista Rodrigo Jales, que ressalta a importância dos cuidados com a carga da mochila de crianças na faixa etária escolar.
Segundo o especialista, o peso máximo não pode ultrapassar os 10% do peso corporal das crianças. No caso de menores de 7 anos, os cuidados devem ser redobrados e o limite máximo é de 5% do peso.
“Se ultrapassar este limite, a criança começará a sentir dores nas costas e isso pode levar à alguma doença mais grave como escoliose, cifose ou lordose”, comenta o ortopedista.
Foi o que aconteceu com a estudante Jéssica Nunes. Aos 10 anos, foi diagnosticada com escoliose devido ao mau uso da mochila e, mesmo com tratamento, sofre até hoje com desvios na postura. Mãe de um filho de 9 anos, Jéssica usa o seu próprio exemplo para policiar e evitar que o mesmo aconteça com o seu primogênito.
O peso excessivo, geralmente, é consequência do número de livros, juntamente com caderno, estojos e outros materiais requisitados pela escola ou que as crianças queiram levar para o colégio, como por exemplo, brinquedos.
Para a coordenadora pedagógica do Colégio Diocesano de Mossoró, Rosilene Ramos, algumas escolas da cidade já trabalham esta temática com os estudantes. “Nós conversamos com eles sobre isso nas aulas de educação física. Trabalhamos a autonomia dos alunos, equilibrando o bom senso e a quantidade de livros que pedimos”, explica ela.
O ortopedista Rodrigo Jales diz que a solução para o problema é o monitoramento dos pais e o uso de mochilas com rodinhas, principalmente, para crianças menores.
“O objetivo do monitoramento é tirar o máximo de material desnecessário, fazendo uma seleção do que vai precisar durante o dia. Já a mochila com rodinhas é que ela tira todo o peso que estaria nas costas da criança”, comenta.
Rodrigo destaca ainda que, no uso da mochila convencional, o ideal é que ela não ultrapasse a altura da cintura e possua três alças, sendo as duas dos ombros e uma na cintura.
“No caso de a criança adquirir uma dessas doenças, dependendo da idade, é irreversível”, conclui o especialista.