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NACIONAL
Da redação / Valor / Agência Brasil
04/03/2016 12:35
Atualizado
14/12/2018 07:29

Se quiseram matar a jararaca, bateram no rabo e a jararaca está viva , afirma Lula

Em coletiva transmitida ao vivo pela televisão na tarde desta sexta-feira 4, o ex-presidente Lula chorou e desabafou ao comentar a 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje pela Polícia Federal.
TVT / TV Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronunciamento no diretório do PT, afirmou que está indignado com as ações da nova fase da Operação Lava-Jato e que se sentiu prisioneiro nesta sexta-feira, ao ser levado pela Polícia Federal para prestar depoimento.

Confira depoimento da senadora Fátima Bezerra (PT-RN) em solidariedade ao ex-presidente Lula: “Eles não vão conseguir calar a sua voz”.

O petista se disse indignado com o tratamento e com as perguntas que lhe fizeram no depoimento, como a compra de pedalinhos para o sítio em Atibaia, usado pela família de Lula.

O petista criticou ainda o fato de não ter sido chamado pelo juiz Sérgio Moro para depor e disse que iria a Curitiba espontaneamente e que não deve e não teme.

"Nós provamos que os pobres não eram o problema e que viraram a solução deste país. A elite brasileira, muito conservadora, tem complexo de vira-lata", afirmou. Lula ainda disse que há um esforço para "criminalizar o PT" e que os eventos desta sexta-feira servirão para o PT "levantar a cabeça".

"Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca está viva", afirmou.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que jamais se recusou a dar depoimentos à Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato. "A minha bronca é com o MP Estadual [Ministério Público Estadual]. Não precisaria levar uma coerção a minha casa, dos meus filhos. Não precisava, era só ter me comunicado. Antes dele, já fazíamos a coisa correta nesse país. A gente já lutava para fazer a coisa certa nesse país. Lamentavelmente preferiram usar a prepotência, a arrogância, o show de pirotecnia. É lamentável que uma parte do Judiciário esteja trabalhando com a imprensa", afirmou.

Lula foi levado de sua casa, em São Bernardo do Campo, na região do Grande ABC, sob um mandado de condução coercitiva, para o aeroporto. De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), foram abordados diversos assuntos durante o depoimento, como as palestras que o ex-presidente concedeu após deixar o Palácio do Planalto e a ligação com um sítio em Atibaia, no interior paulista.

Ao falar de Marisa, declarou: "ela merecia respeito". "Eu sou um homem que acredito em instituições de Estado forte. Estado forte é a garantia do estado democrático. E desde a Constituinte briguei para ter um Ministério Público forte. Mas é importante que os procuradores saibam que uma instituição forte tem que ter pessoas responsáveis", destacou Lula.



"Antes deles já éramos democratas", disse Lula sobre os investigadores da Lava Jato. O ex-presidente antecipou a campanha presidencial de 2018 ao dizer que vai "rodar o País". E fez duras críticas à Globo e às denúncias diárias realizadas pela imprensa sobre o apartamento no Guarujá e o sítio em Atibaia. "Se preocupando com pedalinho que ela [Marisa] comprou por 2 mil reais para os netos? Se pudesse eu dava um iate para ela", afirmou.

Além da condução coercitiva, foram expedidos mandados de busca em diversos endereços do ex-presidente, como parte da 24ª fase da Operação Lava Jato. Segundo o procurador da República, Carlos Fernando Lima, da Operação Lava Jato, há indícios de que Lula recebeu pagamentos, seja em dinheiro, presentes ou benfeitorias em imóveis das maiores empreiteiras investigadas na operação policial.

De acordo com o procurador, foram cerca de R$ 20 milhões em doações para o Instituto Lula e cerca de R$ 10 milhões em palestras de empresas que também financiaram benfeitorias do sítio em Atibaia e de um apartamento triplex no Guarujá.

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