16 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:23
POLÍCIA
Da redação
03/04/2016 19:08
Atualizado
13/12/2018 23:58

Acusado de formar consórcio para matar F. Gomes vai a julgamento

Ex-pastor Gilson Neudo será julgado nesta segunda-feira (04), pelo assassinato do jornalista F. Gomes no dia 18 de outubro de 2010, em Caicó; TJP começa às 9h, no Fórum de Caicó
Sidney Silva

Nesta segunda-feira, dia 4 de abril, senta no banco dos réus, em Caicó, mais um acusado de fazer parte do consórcio criminoso que matou o jornalista F. Gomes, em outubro de 2010.

No caso, será julgado pela sociedade caicoense o ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral, que seria um dos mentores do assassinato por encomenda, ou seja, pistolagem.

Este julgamento estava previsto para acontecer no dia 16 de março, porém o defensor público Serjano Marcos Torquato Vale pediu para remarcar para outra data, no caso, 4 de abril.

Os trabalhos terão início às 9h no Fórum Municipal de Caicó, com a presidência do juiz Luiz Cândido de Andrade Vilaça, que pediu reforço na segurança da casa da Justiça.

O Ministério Público Estadual será representado por Carlos Henrique Harper Cox, que, em contato com MOSSORÓ HOJE, se mostrou confiante numa condenação.

Confirmando a previsão do promotor Carlos Henrique, a sociedade de Caicó vai estar confirmando a sentença contra o segundo membro do consórcio para matar F. Gomes.

O primeiro a ser julgado e condenado foi o pistoleiro João Francisco dos Santos, o Dão (foto Dir.). Ele foi condenado a 27 anos de prisão em agosto de 2013.

Além dos 27 anos de prisão, a Justiça condenou o pistoleiro Dão, que está preso em Alcaçuz, a pagar uma multa de R$ 300 mil a família do radialista e jornalista F. Gomes.

Outro membro do consórcio formado para matar o jornalista é o comerciante Lailson Lopes, o Gordo da Rodoviária. Ele foi julgado e pegou 14 anos de prisão. Recorreu e anulou o júri.

Estava preso em Patu e foi solto semana passada para aguardar um novo julgamento em liberdade, o que revoltou familiares e amigos do jornalista F. Gomes.

Os outros membros do consórcio, segundo o MPRN, são: advogado Rivaldo Dantas e Farias, o tenente coronel PM Marcos Antônio de Jesus Moreira e o soldado PM Evandro Medeiros.

Os três estão aguardando julgamento em liberdade. Rivaldo Dantas aguarda marcação da data para sentar no banco dos réus e ser julgado pela sociedade de Caicó.

Já no caso do tenente coronel Marcos Antônio e Evandro Medeiros, estes a Justiça não encontrou provas suficientes e não vão a julgamento. Estão livres.

Com relação ao julgamento desta segunda-feira, o promotor de Justiça Carlos Henrique deve pedir a condenação do réu por homicídio triplamente qualificado.

No caso, os acusados, atuando em consórcio, mataram o jornalista por motivo fútil, numa emboscada sem chances de defesa da vítima e mediante pagamento ao pistoleiro.

O julgamento deve transcorrer durante todo o dia, sendo concluído possivelmente à noite.

A família

"Foi uma destruição da nossa família”

Érica Gomes (foto Glaucia Lima) – Filha de F. Gomes, ao programa "Gláucia, Suerda e Você da Rádio Povo FM de Caicó", que vai ao ar nesta segunda-feira de 6 às 9 horas.

 

Esperamos que o caso F Gomes não tenha caído no esquecimento, e que os sete representantes da sociedade, com certeza, farão justiça. Confiamos bastante no corpo de jurado

Ilmo Medeiros Gomes - Irmão do jornalista F. Gomes, que vai estar hoje pessoalmente no julgamento que começa às 9h no Fórum Municipal de Caicó

 

Entenda o caso

Com Informações do G1

Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Foi assassinado na noite de 18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos.

Gomes foi atingido por três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, em Caicó.

Vizinhos ainda o socorreram ao Hospital Regional de Caicó, mas F. Gomes não resistiu aos ferimentos.

Segundo inquérito, concluído pela delegada Sheila Freitas, a execução do radialista foi encomendada por R$ 10 mil. Contudo, R$ 8 mil foram pagos.

“Três mil foram pagos pelo pastor para que Dão pudesse fugir”, disse ela, revelando que o dinheiro pertencia à igreja onde o ex-pastor Gilson Neudo pregava. O restante teria sido pago pelo tenente coronel Moreira, "que juntou o dinheiro após vender um triciclo", acrescentou Sheila.

O dinheiro foi rastreado com a quebra do sigilo telefônico e bancário dos investigados.

Além de ser apontado como o principal financiador do crime, o tenente coronel Moreira também teria razões suficientes para querer se vingar de F. Gomes.

O promotor Geraldo Rufino considera que as denúncias feitas com frequência pelo radialista levaram ao afastamento do oficial quando este dirigiu, em meados de 2010, a Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão.

As denúncias, enfocando desmandos e atos do militar à frente da unidade, foram tão graves que levaram o Ministério Público a instaurar uma investigação contra Moreira.

Outro acusado que teve participação decisiva na articulação do crime, ainda segundo a delegada, foi o advogado Rivaldo Dantas, considerado o principal elo de ligação entre os envolvidos.

“O advogado foi o elo entre o Gordo da Rodoviária, o pastor e o mototaxista Dão, além de também ter forte amizade com o tenente-coronel Moreira. A partir daí eles resolveram matar F. Gomes”, afirmou.

Ainda de acordo com Sheila, foi também pela forte influência e domínio que Rivaldo tinha sobre Dão que o mototaxista foi contratado para executar o serviço.

“Dão é um sociopata. Para ele, matar é a coisa mais comum do mundo. Ele viu a mãe se morta pelo padrasto quando criança. Daí essa frieza dele”, emendou a delegada.

Notas

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