O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), citado pelo ex-deputado Pedro Côrrea em um suposto esquema de partilha de propina na Petrobras, esteve em Mossoró na manhã deste sábado (28), participando de evento promovido pela Fundação Ulysses Guimarães na Câmara Municipal, voltado para jovens filiados ao partido. No encontro, Henrique negou que, diante das acusações, deixará o Ministério.
“Acabei de voltar. Eu deixei antes, quando o PMDB rompeu com o Governo, disse ao presidente Michel, naquela época, que não tinha nascido Governo, eu tinha nascido PMDB. Fui o único a sair naquele momento. Michel, eleito, me convidou para assumir o Turismo, minha preocupação agora é com as Olimpíadas, que estão em cima, o mundo inteiro vai ver o Brasil. Tenho uma imensa responsabilidade. O grande legado que vai ficar do evento é o Turismo, que deixará renda, emprego. Esse é o meu desafio”, disse.
Sobre as declarações do ex-deputado Pedro Côrrea, Henrique afirmou que elas são caluniosas e que “só o desespero pode levar a isso”.
“Inteiramente irresponsável, mentirosa, caluniosa. Ele que tá preso, o que deve tá sentindo lá, é quanto mais gente citar, mais gente poder nominar, ele pensa que pode facilitar sua liberdade. Só o desespero pode levar a isso. A democracia propicia até esse direito absurdo, mas permite também que as pessoas se defendam e provem sua inocência”, disse o ministro.
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Um dos próximos auxiliares do presidente em exercício Michel Temer, Henrique também afirmou que o encontro citado por Côrrea, envolvendo os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, além dos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Jarder Barbalho e do lobista Jorge Luz, nunca ocorreu.
“Estou pensando em propor que as pessoas que ele citou que teriam se reunido comigo e com outros, que elas possam confirmar se alguma vez na vida conseguiram me avistar pelo menos à distância, muito menos próximo e em uma reunião”, enfatizou o ministro do Turismo.
Questionado se a divulgação de gravações entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e nomes ligados ao PMDB, como os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, fragiliza o Governo Temer, Henrique respondeu que não.
“São afirmações absurdas, inteiramente irresponsáveis, mas isso é a democracia, cada um diz o que quer, da maneira que quer, esteja preso ou em liberdade, o importante é que essa manifestação aconteça para as pessoas se apresentarem, para se defenderem, rebaterem, essa é qualidade da democracia. O Governo Temer tem prioridades, recuperar a economia nacional, combater a inflação, desemprego, tem a responsabilidade de dar respostas rápidas e urgentes ao povo brasileiro”, frisou.
Impeachment
Sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Henrique declarou não acreditar que as divulgações recentes de conversas entre Sérgio Machado e membros da alta cúpula do PMDB possam mudar o cenário de votos favoráveis e contrários ao impedimento definitivo da presidente.
“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O impeachment envolve questões técnicas, respeito à constituição, um processo que já foi discutido na Câmara dos Deputados, depois no Senado. Todo esse debate, de acusação, de defesa, tem que ser plenamente exercido e será, e terá seu final no mês de agosto. Enquanto isso, o presidente Michel vai cumprir o seu dever, que é fazer com que a economia possa se recuperar”, relatou.
Eleições 2016
Sobre as eleições municipais de 2016, Henrique, que é presidente do PMDB no Rio Grande do Norte, afirmou que o partido vem promovendo eventos em todo o Brasil, orientando pré-candidato.
Questionado se o PMDB pode indicar um nome para compor chama com a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP), pré-candidata à Prefeitura de Mossoró, o ministrou destacou que a posição da legenda será definida a partir do diálogo entre seus representantes na cidade e demais lideranças.
“Isso vai ser discutido por todo o partido, ninguém vai impor decisão pessoal. A prefeita Fafá, nossos vereadores, nossas lideranças, vamos discutir de que maneira eles querem que se comporte aqui o PMDB, buscando sempre o melhor para Mossoró e para o PMDB, fazer esse casamento, mas não posso negar o respeito que temos pela sua história da ex-governadora Rosalba Ciarlini”, concluiu.