15 MAI 2024 | ATUALIZADO 14:32
ECONOMIA
Da redação / IBGE
08/06/2016 06:35
Atualizado
14/12/2018 04:10

Inflação sobe e fecha mês de maio em 0,78%, maior valor desde 2008

Considerando apenas o mês de maio, esse índice é o maior desde 2008. No ano, IPCA acumula avanço de 4,05% e, em 12 meses, de 9,32%.
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A inflação oficial no Brasil fechou o mês de maio em 0,78%. O número representa aceleração em relação a abril, quando a alta dos preços foi de 0,61%, e a maio do ano passado (0,74%). É a maior taxa para o mês de maio desde 2008. Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A expectativa dos especialistas, segundo a agência de notícias Reuters, era de inflação de 0,75% em maio. No acumulado de 12 meses, a alta dos preços atingiu 9,32% e, no ano, acumula 4,05%.

A alta dos preços segue muito acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.

Em 2015, a inflação foi de 10,67%.

A taxa de água e esgoto, do grupo Habitação (1,79%), se destacou pela alta de 10,37%, constituindo-se no item de maior contribuição individual no mês, com 0,15 p.p.. Isto ocorreu diante da pressão exercida pela região metropolitana de São Paulo, onde a variação do item atingiu 41,90%, expressando os efeitos do fim do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água, cancelado pela Deliberação n° 641 da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), de 30 de março de 2016.

Além do fim da concessão de bônus por redução e de ônus por aumento de consumo de água, que vinha sendo praticada pelo Programa, passou a vigorar, em 12 de maio, reajuste de 8,40% sobre o valor das tarifas.

Na taxa de água e esgoto foram incorporados, também, aumentos nas regiões metropolitanas de Fortaleza (9,30%), reflexo de parte do reajuste de 11,96% em vigor desde 23 de abril; de Belo Horizonte (7,72%), refletindo parte do reajuste de 13,90% vigente a partir de 13 de maio, além da revisão na estrutura tarifária praticada pela empresa de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da região; de Curitiba (0,33%), refletindo um pequeno resíduo do reajuste de 10,48% que vigora desde primeiro de abril.

Ainda no grupo Habitação, outros itens importantes exerceram pressão no IPCA do mês: energia elétrica (2,28%), mão de obra para pequenos reparos (0,87%), artigos de limpeza (0,85%) e condomínio (0,79%).

A respeito do item energia elétrica (2,28%), as pressões foram exercidas pelas seguintes regiões metropolitanas: Salvador (11,25%), com reajuste de 10,72% em 22 de abril aliado a aumento no PIS/COFINS; Recife (11,22%), onde ocorreu reajuste de 11,66% em 29 de abril; Fortaleza (6,41%), refletindo o reajuste de 12,97% aliado à redução de 8,40% na Contribuição de Iluminação Pública – CIP; ambos em vigor desde 22 de abril; Belo Horizonte (3,24%), cujo reajuste de 3,78% passou a vigorar a partir de 28 de maio, além de aumento no PIS/COFINS.

Também em Campo Grande o item energia elétrica (0,64%) incorporou parte do reajuste de 7,40% nas tarifas e o reajuste na contribuição de iluminação pública em vigor a partir de 08 de abril, além de redução no PIS/COFINS. Em outras regiões pesquisadas, como São Paulo (2,02%) e Porto Alegre (-1,08%), as contas de energia elétrica ficaram mais caras ou mais baratas face às variações no PIS/COFINS.

Dessa forma, sob influência, principalmente, da taxa de água e esgoto (1,79%) e energia elétrica (2,28%), o grupo Habitação (1,79%) liderou tanto as variações de grupo quanto as contribuições (0,27 p.p.)

Saúde e Cuidados Pessoais (1,62%) apresentou elevada variação, vindo logo a seguir do grupo Habitação (1,79%). Isto porque os preços dos remédios, que haviam aumentado 6,26% em abril, subiram mais 3,10% em maio. Com isto, nestes dois meses, resultam em alta de 9,55%, reflexo do reajuste de 12,50% em vigor desde o dia primeiro de abril.

No grupo da Saúde (1,62%), também sobressaem, por aumentos significativos nos preços, os itens artigos de higiene pessoal (1,17%), plano de saúde (1,06%) e serviços médicos e dentários (0,91%).

Nas Despesas Pessoais (1,35%) o destaque ficou com o cigarro, cuja alta foi a 9,33%, refletindo reajustes entre 3% e 14%, conforme a marca, em vigor a partir do dia 1º de maio. Destacaram-se, ainda, os itens empregado doméstico (0,87%) e manicure (0,64%).

No grupo Alimentação e Bebidas (0,78%), os preços continuaram a subir, embora menos do que em abril, quando foi a 1,09%. Vários produtos tiveram aumentos significativos, a exemplo da batata-inglesa, que ficou 19,12% mais cara de abril para maio e já acumula alta de 50,91% neste ano.

Entre os demais grupos de produtos e serviços pesquisados, os destaques em alta foram: tv, som e informática (2,57%), artigos de cama, mesa e banho (1,89%), roupa masculina (1,88%), roupa infantil (0,97%), automóvel novo (0,80%), emplacamento e licença (0,77%), roupa feminina (0,76%(, motocicletas (0,72%), automóvel usado (0,60%), conserto de automóvel (0,59%), eletrodomésticos (0,48%).

Do lado das quedas, sobressaem os seguintes itens: etanol (-9,54%), passagem aérea (-8,22%), excursão (-1,28%), hotel (-0,98%), gasolina (-0,85%), gás de botijão (-0,74%), mobiliário (-0,42%).

O maior índice regional foi em Fortaleza (0,99 %), pressionado pela taxa de água e esgoto (9,30%), que refletiu o reajuste de 11,96% em 23 de abril, e pela energia elétrica, com 6,41%, tendo em vista o reajuste de 12,97% no valor da tarifa em vigor desde 22 de abril, combinado com a queda de 8,40% na parcela referente à taxa de Contribuição de Iluminação Pública – CIP. O menor índice foi o de Goiânia, que ficou em 0,28%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC apresentou variação de 0,98% em maio e ficou acima do resultado de 0,64% de abril em 0,34 p.p. O acumulado no ano está em 4,60%, percentual inferior aos 5,99% registrados em igual período de 2015. Na ótica dos últimos doze meses, a taxa foi para 9,82%, bem próxima dos 9,83% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. Em maio de 2015 o INPC situou-se em 0,99%.

Os produtos alimentícios se apresentaram com 0,83% em maio, enquanto em abril a alta foi 1,11%. O agrupamento dos não alimentícios teve variação de 1,05% em maio, bem acima da taxa de 0,43% de abril.

Entre os índices regionais, o maior foi o da região metropolitana de São Paulo (1,47%), pressionado pela taxa de água e esgoto (47,83%), que refletiu os efeitos do fim do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água, cancelado através da deliberação nº 641 da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo – ARSESP, de 30 de março de 2016.

Ademais, aliado ao fim da concessão de bônus por redução e de ônus por aumento de consumo de água, que vinham sendo praticados pelo Programa, passou a vigorar, em 12 de maio, reajuste de 8,40% sobre o valor das tarifas. Goiânia (0,35%) apresentou o menor índice

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.

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