Câncer não é uma sentença de morte , diz paciente que luta há três anos pela cura

A Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) iniciou na manhã deste sábado (25) uma campanha para manter funcionando os aparelhos no Hospital da Solidariedade, que atende pelo menos 64 municípios da Rio Grande do Norte e do Ceará. Como incentivo aos demais, o prefeito Francisco José Junior foi o primeiro a aderir a campanha.

Assinou convênio no valor de R$ 10 mil mês para mantar a casa. Conforme o prefeito, também serão feitas gestões junto a instituições federais para liberar um repasse de 23 mil reais mês que está parado. “Assim já são R$ 33 mil que vão ajudar e muito a manutenção dos custos de funcionamento da estrutura do Hospital da Solidariedade", afirmou.

Câncer não é uma sentença de morte, diz a paciente Aíla Mendes, que luta há três anos para se curar de um câncer de mama no Hospital da Solidariedade, em Mossoró.

A solenidade de lançamento da campanha, na manhã deste sábado, além do prefeito Francisco José Junior, contou com a presença de vários empresários, pacientes, familiares, ex-deputado e ex-deputada, assim como a ex-governadora Rosalba Ciarlini e a ex-prefeita Fafá Rosado, que quando nos cargos, também contribuíram com o Hospital da Solidariedade.

Num primeiro momento, os organizadores do evento serviram um café da manhã. O médico radioterapeuta, Geilson Freire, diretor da unidade, explicou que o evento marca o início da campanha “Doar dá Mais Cor à Vida”, que tem por finalidade arrecadar recursos para manter o Hospital da Solidariedade de Mossoró funcionando.

Os custos do Hospital da Solidariedade são altíssimos. Para se ter uma ideia, a vereadora Izabel Montenegro disse que existe uma peça do aparelho da radioterapia que precisa ser trocada de 5 em 5 meses que custa uma média de R$ 35 mil reais. Semana passada, teve uma peça deste aparelho que parou. A reposição dela custou quase meio milhão de reais.

A manutenção do hospital custa em média R$ 200 mil por mês. Do SUS, a unidade recebe mensalmente cerca de R$ 110 mil. Ou seja, há um déficit todos os meses de aproximadamente R$ 90 mil, o que reforça a importância da campanha lançada neste sábado.

Não existe dúvidas quanto à importância do serviço para salvar vidas e não são poucas. A paciente Aíla Almeida Mendes faz um relato emocionada. “Esta minha luta não é só por mim. É por tantos outros que não tem condições de custear um serviço tão caro. Por isto que fui ao prefeito, vou aos amigos, vou à imprensa pedir empenho nesta campanha”, destacou Aíla Mendes.

Outro paciente, este já curado, contou que perdeu o irmão gêmeo para o câncer de próstata. Pouco tempo depois ele próprio teve a mesma doença. Viajou em vários estados procurando a cura e em todos recebeu indicação para voltar para Mossoró, pois era onde havia o melhor tratamento. “Eu hoje estou curado. Sabe quanto gastei: zero”, testemunhou Damião Serafim.

Segue o vídeo do testemunho de Damião Serafim

Nos depoimentos, o prefeito Francisco José Júnior afirmou que precisava agradecer e aplaudir o dr. Cure Medeiros, que segundo ele foi um paizão do projeto. “Por ter sonhado, por ter se dedicado. Por ter colocado o seu patrimônio no projeto. Isto são gestos nobres que merecem todo o reconhecimento e aplausos do povo de Mossoró”, pontuou.

Francisco José Junior reforçou que vai contribuir com a campanha como pessoa física e preparou um convênio entre a Prefeitura e o Hospital no valor de R$ 10 mil. Ele vai correr atrás de outro no valor de R$ 23 mil no Governo Federal. “Este hospital não atende só Mossoró. Os pacientes são 30% de Mossoró e os outros 70% são pacientes que vem de outras cidades”, destaca o prefeito.

Em vídeo, o chefe do Poder Executivo local pede apoio da sociedade para entrar na campanha.

Ainda na sequência dos discursos, Cure Medeiros agradeceu aos empresários e políticos que contribuíram com a construção e instalação dos equipamentos do Hospital da Solidariedade.

Veja parte do discurso de Cure Medeiros agradecendo aos doadores mais significativos na construção do Hospital da Solidariedade.

A solenidade foi finalizada com todos os presentes abraçando, de mãos dadas, o Hospital da Solidariedade. O cantor Nilson Viana puxou um forró na entrada do hospital, que terminou se transformando numa dança de quadrilha improvisada.