05 MAI 2024 | ATUALIZADO 11:52
POLÍTICA
Da redação
06/07/2016 12:34
Atualizado
12/12/2018 17:43

Dilma reafirma inocência e se diz vítima de confabulação

?Pelas provas documentais juntadas aos autos, pelas testemunhas e pela perícia, resta provado, de forma indiscutível: não houve qualquer ato jurídico por mim praticado que pudesse ser tipificado como um crime de responsabilidade?, afirmou.
Cedida

Em depoimento por escrito lido hoje (6) pelo advogado José Eduardo Cardozo na Comissão Processante do Impeachment do Senado, a presidenta afastada Dilma Rousseff reafirmou sua inocência sobre as acusações que motivaram o processo que pode resultar na perda definitiva de seu mandato.

“O destino sempre me reservou grandes desafios, alguns pareciam intransponíveis, mas consegui vencê-los. Já sofri a dor indizível da tortura, já passei pela dor aflitiva da doença e hoje sofro a dor igualmente inominável da injustiça. O que mais dói é saber que estou sendo vitima de uma farsa jurídica e política”, escreveu Dilma Rousseff.

Dilma ressaltou que, desde a abertura do processo pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “as razões reais e a finalidade” do impeachment são claras. “Várias forças políticas, viam e continuam a ver, a minha postura de não intervir ou de não obstar as investigações realizadas pela operação Lava Jato, como algo que colocava em risco setores da classe política brasileira.”

No depoimento, lido durante 50 minutos por Cardozo, a presidente afastada contesta argumentos da denúncia e diz não haver sustentação para o processo de impeachment.

“Pelas provas documentais juntadas aos autos, pelas testemunhas e pela perícia, resta provado, de forma indiscutível: não houve qualquer ato jurídico por mim praticado que pudesse ser tipificado como um crime de responsabilidade”, afirmou.

Dilma acrescentou que a estes setores se somaram os que, desde o resultado eleitoral de 2014, não reconheceram a derrota nas urnas.

“Queriam uma outra política para o país, com finalidades e propósitos completamente diferentes daqueles que foram escolhidos pela maioria dos brasileiros”, disse a presidenta afastada, destacando que foi vitoriosa nas urnas graças a políticas sociais de seu governo.

Apelo

Dilma Rousseff concluiu sua defesa com um apelo aos senadores, a quem pediu que reflitam sobre o impeachment com absoluta isenção. “Peço que reflitam, com absoluta isenção, sobre a história do nosso país e sobre o que representará para a nossa jovem democracia a cassação de um mandato presidencial realizada nestas circunstâncias e por estes motivos. Manifesto minha sincera confiança na compreensão das senadoras e dos senadores que, mesmo sendo de oposição ao meu governo, estejam abertos a considerar meus argumentos. Espero que muitos estejam dispostos a agir com isenção. Basta que se analise este processo para que se saiba que não cometi as irregularidades que são atribuídas a mim. As provas são evidentes e demonstram cabalmente que agi de boa-fé, pelo bem do país e do nosso povo – e sempre dentro da lei.”

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