29 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:22
MOSSORÓ
Ismael Sousa
10/07/2016 13:42
Atualizado
13/12/2018 23:44

Abandono: lixo, baratas e teias de aranhas no Teatro Alfredo Simonetti

Poeira, poltronas danificadas e paredes deterioradas também ilustram o cenário do equipamento cultural, inaugurado pelo Governo do Estado em 2002
Ismael Sousa

Construído há 14 anos, pelo Governo do Estado, o Teatro Padre Alfredo Simonetti não apenas está abandonado como apresenta degradação de suas instalações. Por conta de problemas na estrutura, o espaço não possui segurança e está interditado para apresentações culturais e uso geral da comunidade.

Localizado entre a Avenida Presidente Dutra e a Rua Mestre Antônio Torres, no grande Alto de São Manoel, o Teatro Padre Alfredo Simonetti foi construído em uma área de 650 metros quadrados, com capacidade de público para 208 lugares no estilo italiano e com quatro camarins. O equipamento que custou ao Estado R$ 249 mil para construção foi entregue no dia 3 de abril de 2002 pelo então governador Garibaldi Alves Filho.

(Fotos: Ismael Sousa)


Na época da inauguração, a proposta do espaço era de fomentar a cultura e o incentivo às artes cênicas na comunidade, com apresentações teatrais, manifestações artísticas como música, dança, entre outras.

Os espetáculos cessaram há pouco mais de seis anos. Ultimamente o espaço era alugado para uma escola particular da cidade para aulões preparatórios de vestibular e apresentações escolares. Desde então, o espaço foi esquecido e o que se tem hoje é apenas um cenário de abandono.

A reportagem do jornal Mossoró Hoje pediu autorização à Paróquia de São Manoel, que permitiu o registro de imagens do interior do equipamento. Poeira, poltronas danificadas e paredes deterioradas ilustram o cenário. Nos camarins, entulhos, móveis e materiais da igreja dividem espaço com lixo, baratas e teias de aranha.

Na parte exterior do prédio a degradação se repete. Pichações, depredações e até furtos de fiações das centrais de ar que não funcionam há anos foram registrados pela direção da paróquia. Na parte superior, o forro de gesso não suportou a umidade abrindo vários buracos por onde passa a luz solar.

Entre a classe artística mossoroense, o sentimento é de descrença com o sucateamento de equipamentos como o Teatro Alfredo Simonetti.  A diretora da Companhia Bagana de Teatro e articuladora do Movimento Cultura Viva Mossoró, Joriana Pontes, lamentou a atual situação tanto do Alfredo Simonetti, quanto do Teatro Lauro Monte.

“O sentimento nosso é de tristeza, porque a gente precisa desses espaços abertos, pois é através deles que a gente fomenta as nossas ações artísticas e culturais da cidade de Mossoró. É preciso políticas publicas sérias que consigam fazer com que esses espaços sejam abertos”, lamentou Joriana.

 

Administração


O Mossoró Hoje tentou entrar em contato com o padre José Janedson, pároco da matriz de São Manoel, que não estava no momento da visita. Quem recebeu a reportagem foi o diretor da Escola Estadual Padre Dehon, Suniey Campos Feitosa, que explicou sobre a atual administração do equipamento.

Suniey conta que apesar de ter sido construído com recursos do Governo do Estado, hoje o Teatro Padre Alfredo Simonetti pertence à Paroquia de São Manoel. No acordo firmado na época, o Estado bancou a construção do equipamento, no terreno pertencente à Diocese de Mossoró, em contrapartida não pagou o aluguel por dez anos para compensar esses gastos.

Ele lamenta o estado atual em que se encontra o teatro, e que poderia estar servindo para uso da própria escola como também à comunidade. “Quando assumi a direção em 2012, ainda usávamos o espaço para peças da escola, gincanas entre outros. Mas depois já não tinha mais condições de uso. As centrais de ar que ficavam voltadas para a rua foram furtadas, o que acabou forçando as outras centrais. Devido ao calor, não tinha mais condições de uso do local”, conta ele.

A reportagem voltou a tentar contato com o padre Janedson, mas em nenhuma oportunidade obteve êxito.

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