07 MAI 2024 | ATUALIZADO 22:49
POLÍCIA
Da redação
15/07/2016 09:34
Atualizado
05/12/2018 00:27

PF diz que pré-candidato de Parnamirim recebia propina em dinheiro vivo

Prefeito Maurício Marques emite nota defendendo o "homem forte" do seu governo e também do ex-prefeito Agnelo Alves. ?Ninguém pode ser taxado de cometer um crime, sem ter sido condenado pela Justiça?; Foram apreendidos R$ 18 mil na casa dele
PortalNoar

O delegado Santiago Hounie, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal no RN, revelou que o pré-candidato a prefeito de Parnamirim, Naur Ferreira, recebia propina em dinheiro vivo e “lavava” comprando propriedades, carros e botando em nome de terceiros. Na case de Naur a PF encontrou, na manhã desta sexta, R$ 18 mil em dinheiro vivo.

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Já o prefeito de Parnamirim, Maurício Marques, disse que confia na inocência do ex-homem de confiança de seu governo e também da gestão Agnelo Alves. “Ninguém pode ser taxado de cometer um crime, sem ter sido condenado pela Justiça”, escreveu em nota.

Conforme o delegado Santiago Hounie, as investigações começaram há poucas semanas, depois de uma série de denúncias anônimas. Com a investigação foi descoberto que em dois contratos firmados no período de 2009 a 2015 havia fraudes.

Conforme relato do jornalista Dinarte Assunção, do Portal Noar, o trabalho da Polícia Federal vai se concentrar em dois contratos que envolvem recursos do Ministério das Cidades. Os valores desviados ainda não foram calculados pela PF.

Em comunicado, o prefeito Maurício Marques, de Parnamirim declara que:

A Prefeitura Municipal de Parnamirim recebeu, nesta manhã (15), duas equipes de órgãos investigatórios que analisam contratos de empresas ligadas ao segmento de obras públicas.

O município está colaborando com todas as investigações e apresentou as documentações solicitadas.

Acreditamos na isenção do Judiciário e na lisura dos processos realizados no período analisado. Confiamos também na probidade do ex-secretário de Obras, Naur Ferreira. Ninguém pode ser taxado de cometer um crime, sem ter sido condenado pela Justiça.

Maurício Marques

Prefeito

As investigações estão sendo feitas pela Polícia Federal, com parceria com o Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Estadual. No decorrer dos trabalhos, dependendo do que for apurado, serão gerados inquéritos na esfera estadual e federal.

Em nota, o TCE RN informou que está apurando os desvios em Parnamirim em parceria com o MPRN.

Segue

TCE participa de operação em conjunto com o MPRN contra desvio de recursos públicos em Parnamirim

O Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) participa da Operação Implosão, deflagrada na manhã desta sexta-feira (15) pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), destinada a desarticular ações de malversação de recursos públicos praticadas, segundo o Ministério Público, por acusados de se associarem, por meio de grupos de empresas, para cometer irregularidades em licitações e desviar recursos públicos no município de Parnamirim.

A operação ocorre um mês após a assinatura do acordo de cooperação técnica que o TCE/RN firmou com o MPRN para o compartilhamento de força de trabalho entre as duas instituições. O acordo permite a realização de atividades de controle externo de forma conjunta, compartilhando informações, sempre que o procedimento em questão se relacionar com as competências dos dois órgãos.

O secretário de Controle Externo do TCE, Anderson Brito, destaca a importância do compartilhamento de informações e de pessoal entre instituições em ações como essa. “A operação Implosão, deflagrada com a participação efetiva do TCE/RN, o qual compartilhou informações e sua força de trabalho, é um forte exemplo dos resultados que a união das diversas instituições de controle pode gerar no combate à malversação dos recursos públicos”.

A operação foi desencadeada por meio das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Comarca de Parnamirim, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Centro de Apoio Operacional às Promotorias do Patrimônio Público (CAOP-PP), e contou também com apoio da Polícia Militar e a participação do TCE/RN, o qual forneceu informações de seus bancos de dados ao MPRN e compartilhou sua força de trabalho, com vistas a auditar os procedimentos licitatórios e os pagamentos sob suspeita.

No curso das investigações, foram evidenciados pelo MPRN indícios de desvio de dinheiro público através da prática de atos irregulares em licitações, por empresas que atuam no ramo da construção civil, para a prestação de serviços de pavimentação e manutenção de ruas e obras públicas em geral.

Participam da operação 26 Promotores de Justiça, cerca de 100 Policiais Militares, e 03 inspetores de controle externo do TCE/RN, os quais se dirigiram às Secretarias Municipais de Obras e de Planejamento e Finanças, para cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão e 21 de mandados de condução coercitiva expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Parnamirim, além de auditar licitações sob suspeita.

As investigações no MPRN identificaram, ainda, indícios de irregularidades em diversos procedimentos licitatórios, do período de 2009 a 2015, "consubstanciados em fracionamento indevido de licitação; ausência de processos de pagamentos; rodízios entre as empresas participantes para a prestação de serviços de pavimentação de ruas e construção de obras públicas; existência de vínculos entre os sócios das empresas investigadas; existência de empresas “fantasmas” vencedoras de licitações; existência de empresas cujo quadro societário é formado por beneficiários de bolsa família ou por “laranjas”; dentre outras", as quais também serão objeto de apuração simultânea no âmbito do Tribunal de Contas.

 

Cooperação técnica

No dia 16 de junho, o TCE assinou acordo de cooperação técnica com o Ministério Público Estadual para o compartilhamento de força de trabalho entre as duas instituições. Com o acordo, fica “autorizada a participação de servidores e membros de ambas as instituições em diligências apuratórias conduzidas por qualquer delas”.

Participaram da assinatura do termo de cooperação o presidente do TCE, conselheiro Carlos Thompson Fernandes, o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, os conselheiros Paulo Roberto Chaves Alves, Tarcísio Costa e Gilberto Jales. Também presentes na ocasião o secretário de Controle Externo do TCE, Anderson Brito, e o promotor de justiça coordenador do CAOP-PP, Augusto Lima.

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