18 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:21
Retratos do Oeste
11/03/2015 19:56
Atualizado
13/12/2018 00:42

Sr. governador, pense na segurança como uma engenhôca de moer cana

O Rio Grande do Norte chegou ao homicídio de número 300 aos seus 70 dias.

Ao sr. Governador!

Houve um desprezo completo do governo Rosalba Ciarlini com o setor de segurança pública durante os quatro anos de seu governo (2011-2014), apesar da gravidade do quadro, de tantos pedidos de socorro, da necessidade extrema, dos números assustadores.

Diante do desprezo, surgiu o discurso do adversário, no caso o atual governador Robinson Faria, de que Segurança Pública seria prioridade absoluta. Foi aplaudido. E não era para menos. No governo Rosalba Ciarlini, a prioridade foram outras.

Na região de Mossoró, Rosalba ao invés de reestruturar o Hospital Regional Tarcísio Maia e investir na reestruturação das delegacias e Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP), preferiu torrar R$ 50 milhões da arrecadação própria para duplicar Mossoró/Tibau.

Outras inversões de prioridades do governo Rosalba Ciarlini: ao invés de fazer o Hospital Rafael Fernandes, único de infectologia de todo o Oeste do RN, a governadora preferiu com o mesmo valor (R$ 1,09 milhão) construir uma cerca de 36 km em Governador Dix Sept Rosado.

Rosalba concluiu seu governo deixando o Rio Grande do Norte no mais completo buraco. É preciso lembrar que quando ela assumiu, já encontrou um estado com sérios problemas financeiros, indícios graves de corrupção em vários setores da era das trevas Vilma de Faria.

Ao invés de inverter o quadro, Rosalba Ciarlini conseguiu piorar. Quando deveria ter encarado os problemas elegendo prioridades, optou por discursos fantasiosos, como dizer que a violência em Mossoró estava relacionada a chegada do Presídio Federal.

Veio o sucessor com o discurso de resolver tudo em trinta dias. Começou errando. O que passou décadas sendo dilapidado não se resolve em 30 dias. Não existe mágica, mas assim foi prometido e assim se está trabalhando para, por exemplo, reduzir número de assassinatos.

Veja os dados dos primeiros dois meses.

São animadores para quem não observa o quadro friamente. Reduzir homicídios sem investir em Policia Civil, perícia forense, colocar presos para trabalhar, investindo em escolas em tempo integral e fortalecer a estrutura familiar, não é sustentável.

A redução é momentânea. É o caso.

Este é o tipo de previsão que gostaria de errar.

Os 300 homicídios ocorridos no Rio Grande do Norte nos primeiros 70 dias de 2015 são tão assustadores quanto o número aproximado deste tipo de ocorrência que aconteceu em 2014.

Resta a conclusão de que reduzir homicídios sem investir para o cidadão no futuro deixar de matar o semelhante, é o mesmo que enxugar gelo.

Ou trabalha a redução de homicídios investindo na reestruturação familiar, escolas em tempo integral e botando os presos para trabalharem, assim como investindo na Policia Civil e ITEP, ou veremos um esforço hercúleo da Policia Militar com resultados apenas temporários.

Que o governo acorde, compreenda que segurança pública é como uma engrenagem de uma engenhoca de moer cana para fazer rapadura. Este tipo de moenda só funciona se tiver todas as peças (carretas e moendas) funcionando bem, do contrário não tem rapadura nenhuma.

Que os deuses iluminem a cabeça do governador para ele lembrar de seu tempo de criança!

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário