Fotos: celular e página oficial do Lollapalooza Brasil no Facebook
Vou começar pelo que repetirei no post sobre o domingo: se você viu na TV, esqueça a TV. A tela não é capaz de capturar o verdadeiro som de um show, no caso de vários.
A saga do Lolla começa pela maratona do metrô. É a melhor opção para chegar, mas da estação Autódromo até o portão mais próximo, o 9, prepare as panturrilhas. Subidas e descidas. Independente do caminho, o acesso (transporte) funciona. É a quarta edição do Lollapalooza no Brasil, a segunda vez no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a segunda minha também. Esqueça o marketing do Rock In Rio. O Lolla é mais organizado e o line-up indiscutivelmente superior.
São cinco palcos (incluindo o Lolla kids) e boas caminhadas de um para o outro. Claro que não é possível ver todos os shows. Acontecem simultaneamente e temos que escolher o que já conhecemos e queremos ver como é ao vivo, além de uma excelente oportunidade de absorver novos sons.
Neste ano, o público (136 mil pessoas) nos dois dias foi de 14 mil pessoas a menos do que em 2014 (150 mil pessoas), segundo a organização. Crise econômica e line-up menos forte que no ano passado explicam em parte, o que, na verdade, deixou o evento até mais confortável. Poucas filas e fluentes, sem gargalhos para atravessar de um palco a outro. O sábado em 2014 teve mais publico que no domingo. Em 2015 o contrário. E vamos as impressões dos que consegui ver.
Banda do Mar
Depois de ouvir o vinil, precisava matar a curiosidade de se realmente a Banda do Mar é menos enjoada que Los Hermanos (comparação quase inevitável, já que Marcelo não compõe nada muito diferente do que fazia na banda que ressuscita a cada dois anos para faturar com velhas músicas, novos bons trocados). Mallu Magalhães realmente faz a diferença. Veria novamente.
Alt-J
Os ingleses do Alt-J são desconhecidos para mim. Também não me fisgaram com seu indie soturno, tecnicamente excelentes, mas mornos no palco. É preciso ouvir os discos para entender o que vi.
St. Vincent
Annie Erin Clark é o nome verdadeiro de St. Vincent. Uma norte-americana que ouvi meses antes do festival impulsionado por indicações e por quem tenho a mesma impressão da crítica especializada sobre o desempenho dela no festival: a grande surpresa do Lolla. Muito melhor ao vivo que nos discos. Visceral, performática, doce, sexy e agressiva ao mesmo tempo, tudo na medida certa, St. Vincent é bela e sabe o que faz. Tem show redondo, potente, rock, dançante, fascina. Indie em alta voltagem e elegância.
A galesa Marina And The Diamonds anda fazendo muito sucesso com seu indie-pop, era uma das atrações que pensei em ver, mas com o voo que viria de Nova Iorque com ela a bordo cancelado, não houve tempo para que ela se apresentasse e o furo deixou muito fã triste. Digo que quem tem St. Vincent não precisa de Marina.
Robert Plant
Sobre Robert, você sempre lerá referências como o ex-Led Zeppelin. Claro que o show atraiu fãs da fantástica banda britânica. Mas ver Robert mesmo sem conhecer a fundo sua obra é estar num show de contemplação musical. O gogó é impressionante e a viagem sonora, os arranjos a que Robert te apresenta, tudo merece procurar os discos imediatamente.
Skrillex
Não acompanho música eletrônica ao ponto de apontar quem é o Dj e produtor americano Skrillex, mas o pouco que ouvi ou li sobre me fez entender que continuarei a passar em palcos de super Djs nesses festivais por curiosidade e para ver a estrutura, apenas. Skrillex é conceituado, mas caiu na vala comum dos djs popstars que tem mega estrutura de projeção e luz no show, interrompe a discotecagem ( mesmo que por poucos segundos) para interagir com o publico aos berros ( o que acho irritante) e, na verdade, está longe de inspirar reflexão com música eletrônica (diferente de DJ Marky). Tem som pesado como sabia que ouviria, mas rodeado de explosões que servem mais para bater cabelo do que para emocionar e muito barulho de sirene do samu. Ele, assim como Calvin Harris no domingo, apresentou-se no palco Onix. Os dois lotaram o espaço e estão entre os shows mais animados. Fizeram desta edição o Lolla dos Djs, questionável, e não melhor que o rock que lá estava, felizmente, predominante no festival.
Jack White
Jack White é minimalista, luxuoso e fez jus ao título de headline do sábado do Lollapalooza. Ocupando apenas metade do palco com cenário vintage e luz azul, Jack tocou White Stripes e se apresentou como um dos maiores roqueiros contemporâneos. Tem pressão, jazz, blues, folk e dos grandes nomes do sábado do Lolla, certamente foi o melhor.
Bastille
Era uma das bandas que gostaria de ter visto, mas tocaram no mesmo horário de Jack White. Antes do show de Jack acabar, sai para ver Diplo e até chegar lá, cruzei o palco Axe onde estava Bastille. Deu pra sentir a energia e vibração da banda londrina. Fica para próxima e a certeza que vale a pena.
Major Lazer
Major Lazer é o projeto do Dj Diplo que ganhou fama ao produzir boa parte do mais recente disco da Madonna, o Rebel Heart. A Rainha do Pop lançou um disco ótimo e, claro, é quem me fez ir até la. Não entendi o que Madonna viu nele além de beleza. Embora ela tenha conseguido lançar um bom disco, sei que perdi preciosos minutos de Jack White. Major Lazer e Diplo apelaram para o funk carioca para ganhar a plateia, foram simpáticos, tiraram camisa e mandaram todo mundo ficar praticamente nus, mas o som é um lixo. Não recomendo.
Encontros
Entre alguns mossoroenses e natalenses que encontrei, o registro dos irmãos mossoroenses Bruno e Bárbara Morais com quem estive nos dois dias do Lollapalooza.
Line-up
28 de março (sábado)
Palco Skol
12h05 às 12h50 – Baleia
13h45 às 14h45 – Banda do Mar
15h55 às 16h55 – Alt-J
18h20 às 19h35 – Robert Plant and The Sensational Space Shifters
21h15 às 23h – Jack White
Palco Onix
12h55 às 13h40 - Bula
14h50 às 15h50 - Fitz and The Tantrums
17h às 18h15 - Kasabian
19h40 às 21h10 – Skrillex
Palco Axe
12h às 12h30 - Banda 89 FM
13h às 13h45 – Boogarins
14h15 às 15h – Nem Liminha Ouviu
15h30 às 16h30 - Kongos
17h às 18h - St. Vincent
18h45 às 19h30 - Marcelo D2
20h15 às 21h15 - Marina And The Diamonds - CANCELADO
21h45 às 23h – Bastille
Palco Perry
13h às 14h – DJ Anna
14h15 às 15h15 – Vintage Culture
15h30 às 16h30 - E-cologik Vs Jakko
16h45 às 17h45 – DJ Snake
18h15 às 19h30 - Dillon Francis
20h às 21h – Ritmo Machine
21h30 às 22h45 – Major Lazer