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26/01/2016 11:43
Atualizado
13/12/2018 20:10

Operação apóstolo: A corda quebrou do lado mais fraco em Apodi

Frentistas de postos foram pressionados para mentir ou omitir no MP e terminaram presos preventivamente

A Justiça Estadual decretou nesta terça-feira, 26, a prisão preventiva de oito frentistas do Posto Gonzaga Melo, do empresário Terceiro Melo, no município de Apodi.

Veja mais sobre a Operação Apóstolo

O decreto de prisão preventiva ocorreu porque os oito frentistas mentiram e omitiram informações quando interrogados pelos promotores de Justiça.

Os promotores de Justiça investigam desvios de recursos públicos na Câmara Municipal de Apodi, ocorridos através de abastecimentos de carros particulares com recursos públicos.

O principal alvo da investigação é o presidente da Câmara, João Evangelista. Durante as investigações, ficou configurado que João destruiu documentos e intimidou testemunhas.

João teria determinando a destruição das ordens de combustíveis emitidas por ele para abastecer carros particulares no posto de Combustível Gonzaga Melo.

Para garantir que não seria enquadrado pelos promotores, realizou diligência junto aos frentistas para não confirmarem que abasteciam mediante “ordens” escritas por ele.

Oito dos nove frentistas seguiram as ordens e um se negou, tendo contado a verdade em detalhes. Revelou que João Evangelista comandava o esquema desde 2013.

Evangelista teria abastecido o próprio carro (L200), nos anos de 2013 e 2014, com 2.501 litros de diesel e pago com recursos públicos. O carro da Câmara é um Uno que funciona a gasolina.

Além disto, abasteceu motos, carros de particulares do irmão e outros veículos, tudo pago com recursos públicos destinados pela Prefeitura para a Câmara Municipal de Apodi.

Diante dos fatos dos desvios e da interferência clara do presidente da Câmara nas investigações, os promotores pediram a prisão preventiva dele e dos frentistas que mentiram.

Entretanto, será que os oito frentistas não teriam sido demitidos caso não tivessem seguido as “orientações” para mentir ou omitir informações ao Ministério Público Estadual?

E se foram intimidados ou orientados a mentir ou omitir, isto é fato suficiente para justificar o decreto de prisão preventiva dos oito frentistas?

E/ou estas “orientações” aos frentistas não seriam na realidade mais elementos fortes, contundentes para o decreto de prisão preventiva contra o vereador do João Evangelista?

João Evangelista tem curso superior e vai ficar numa cela especial no Centro de Detenção Provisório de Apodi. Já os frentistas vão ficar junto com os bandidos perigosos.

Em tese, a corda quebrou do lado mais fraco.

Veja decisão na INTEGRA.

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