15 MAI 2024 | ATUALIZADO 23:16
POLÍTICA
Da redação
14/08/2016 05:13
Atualizado
14/12/2018 07:41

Escândalos e irregularidades marcam administrações da Família Rosado

Problemas nas gestões de Fafá na Prefeitura, Rosalba no Governo e Sandra, Laíre e Larissa na Apamim resultaram em investigações e punições na Justiça.
Reprodução Facebook
Mossoró por décadas foi administrada por membros da Família Rosado. O Rio Grande do Norte também chegou a ser governado por uma integrante do grupo familiar que foi responsável ainda pela gestão da antiga Casa de Saúde Dix-sept Rosado, hoje Hospital Maternidade Almeida Castro. 

Além do sobrenome, esses gestores também possuem, em comum, escândalos que marcam suas administrações. No âmbito da Prefeitura de Mossoró, a gestão Fafá Rosado, por exemplo, tem em seu histórico casos como o que ganhou destaque na imprensa no final de 2014, e voltou a ser evidenciado recentemente: irregularidades na área da saúde, constatadas a partir de relatório produzido pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O relatório, que tem como base o exercício de 2009, pontua uma série de inconsistências e problemas na gestão da saúde, coordenada na época pela Secretaria da Cidadania, que tinha à frente o hoje vereador Francisco Carlos, fiel escudeiro de Fafá e Gustavo Rosado.

Entre as irregularidades encontradas destacam-se a inexistência na realização de procedimento licitatório para aquisição de serviços de saúde dos estabelecimentos privados; realização de pagamentos à rede privada sem a formalização de contratos; utilização de recursos federais para pagamentos acima dos valores da tabela SUS; realização de pagamentos indevidos sem a respectiva prestação do serviço; entre outros.

Rosalba

Após três passagens pela Prefeitura de Mossoró, a pediatra Rosalba Ciarlini (PP) foi eleita governadora do Rio Grande do Norte em 2010. Com uma gestão considerada sofrível pelos potiguares, Rosalba investia no argumento de probidade para defender sua administração, mas o escândalo do Hospital da Mulher, que levou ao bloqueio dos bens da pepista, pôs em xeque o discurso de honestidade.

O Ministério Público apontou desvios de R$ 11 milhões no Hospital da Mulher. Rosalba é ré em ação penal, em trâmite na Comarca de Mossoró, pela prática dos crimes de peculato, dispensa indevida de licitação, corrupção passiva e formação de quadrilha. Rosalba responde ainda a uma série de outras acusações e condenações, tanto em primeiro, quanto segunda instância.

Irregularidades na Arena das Dunas, problemas com contratações de servidores para atuarem na área da saúde em Mossoró quando ela foi prefeita, entre outros temas espinhosos, permeiam Rosalba Ciarlini.
 
Sandra, Laíre e Larissa

Os ex-deputados federais Sandra e Laíre Rosado e a ex-deputada estadual Larissa Rosado também tiveram decretada a indisponibilidade dos seus bens em virtude de desvios de recursos públicos federais na Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró (Apamim).

Em três processos públicos, os juízes federais Orlan Donato Rocha e Lauro Henrique Lobo Bandeira, respectivamente da 8ª e 10ª Vara Federal de Mossoró, decretaram a indisponibilidade pelos crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos ou valores, e estelionato majorado.

O rombo estimado com os desvios supera R$ 32 milhões. São débitos feitos ao longo dos anos junto a fornecedores, INSS, FGTS, empréstimos milionários em nome da Apamim em bancos, dívidas trabalhistas, entre outros. Há atualmente 14 processos em andamento no Ministério Público Estadual, Federal e do Trabalho.

Outro lado

O ex-secretário da Cidadania na gestão Fafá Rosado e atual vereador pelo PP, Francisco Carlos, informou, em sessão na Câmara Municipal, que grande parte das inconsistências apontadas no relatório do TCU foi esclarecida ao Tribunal logo após a publicação dos resultados da auditoria. Afirmou que o próprio órgão fiscalizador publicou um novo documento acatando as justificativas apresentadas na época.

A ex-governadora Rosalba Ciarlini, por meio de nota enviada à imprensa quando da divulgação do bloqueio dos seus bens, afirmou que a “autoria do suposto desvio de recursos não foi praticada por ela e sim pela empresa Marca e seus sócios ou auxiliares”.

“A ex-governadora, pelo contrário, foi a responsável pelo afastamento da empresa Marca, pois ordenou a auditoria vez que suspeitou de irregularidades, substituindo essa empresa e tomando todas as providências administrativas e legais, sempre com o conhecimento e homologação específica da Justiça”, frisou a nota.

Já a defesa dos ex-deputados Laíre, Sandra e Larissa Rosado nega qualquer irregularidade cometida na gestão da Casa de Saúde Dix-sept Rosado, justificando que a intervenção na unidade baseou-se em informações e que um dia o Ministério Público reconhecerá o equívoco cometido.
 
 

Notas

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