O doleiro Alberto Youssef disse à CPI da Petrobras que se sentia seguro ao fazer as operações financeiras da propina paga pelas empresas contratadas pela estatal por acreditar que “o Palácio do Planalto” sabia do esquema.
A afirmação foi feita ao responder pergunta do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). "O senhor tem certeza de que o Planalto sabia?”, perguntou o parlamentar.
“O [ex-diretor] Paulo Roberto Costa sempre dizia, quando havia alguma divergência no partido sobre pagamentos, que tinha que ter o aval do Palácio do Planalto”, respondeu Youssef.
Imbassahy perguntou então se Youssef se sentia mais seguro por causa disso.
“Sim. A partir do momento em que Paulo Roberto Costa disse pra mim que Paulo Bernardo [ex-ministro do Planejamento e das Comunicações] foi pedir R$ 1 milhão a ele para a campanha da [senadora] Gleisi Hoffmann de 2010, na minha opinião, o Palácio sabia”, disse. "Mas eu não tenho como provar isso", disse.
Acareação
Youssef disse que está disposto a se submeter a uma acareação com qualquer um dos acusados da Operação Lava Jato. Ele disse isso ao responder pergunta do deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA), que apontou contradições entre afirmações feitas por ele e outros acusados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na Lava Jato, como Fernando Soares e Nestor Cerveró, que negam ser operadores do PMDB na diretoria da Petrobras. “Em relação ao envolvimento do PMDB, eu sei o que o Paulo Roberto Costa me contava”, disse o doleiro.
Youssef depõe neste momento no auditório do edifício-sede da Justiça Federal em Curitiba.