O Tribunal do Júri Popular condenou, a 14 anos de prisão, o mecânico Francisco Leudo da Costa por ter contratado por mil reais Luiz Fagner de Lima para matar o agricultor Gildembergue da Silva Duarte, no dia 15 de julho de 2006, na Vila Ceará na Serra do Mel.
O julgamento, sob a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, começou às 8h desta sexta-feira (15), no Fórum Municipal Silveira Martins, em Mossoró. Somente Francisco Leudo foi julgado. Luiz Fagner de Lima está foragido da Justiça.
Após sortear o conselho de sentença, o promotor Armando Lúcio Ribeiro defendeu a tese de acusação no plenário, pedindo a condenação do réu por homicídio qualificado. Leudo teria mandado matar Gildembergue porque este teria dado uma paulada em sua cabeça.
Quem confessa o crime é o executor, no caso Luiz Fagner de Lima. Ele contou na polícia que recebeu a promessa de ganhar mil reais para matar Gildemberg e assim o fez e de forma planejada para não ser descoberto e depois preso.
Aproveitou que estava acontecendo uma festa na cidade e foi para o evento com sua namorada. Lá informou a ela que ia dá uma saída rápida para trocar a camisa em casa e retornar. Chamou Gildemberg e o levou para matar perto da Vila Ceará.
Após atirar na cabeça de Gildemberg, puxou o corpo para um local que acreditava não ser possível ser encontrado. Após o crime, passou na casa de Leudo para devolver a arma e receber o prometido. Segundo ele, Leudo lhe pagou apenas R$ 300,00.
Daí ele decidiu fugir para Fortaleza, mas depois se apresentou e contou a história toda, em detalhes. Francisco Leudo admite a inimizade com Gildemberg, porém negou que tivesse mandado matá-lo. Afirma que em momento algum tentou fugir.
O promotor Armando Lúcio mostrou a consistência do depoimento de Luiz Fagner sobre o caso, especialmente os detalhes. Assim, como os depoimentos das testemunhas que se ajustava perfeitamente no que foi contato pelo réu confessor.
Pediu a condenação do réu nos termos propostos inicialmente pelo Ministério Público.
O advogado José Wellington Diógenes bateu na tecla de que o réu era inocente. Que não teria mandado matar o inimigo. Explorou o depoimento do Luiz Fagner. “Se for dá crédito ao que diz Luiz Fagner acusando meu cliente, terão que dá crédito ao que afirma o meu cliente”, diz.
O Conselho de Sentença aceitou os argumentos do promotor Armando Lúcio e condenou o mecânico Francisco Leudo a 14 anos de prisão. O réu, como aguardou julgamento em liberdade, poderá recorrer da sentença nesta condição.