18 MAI 2024 | ATUALIZADO 18:34
POLÍCIA
Por Josemário Alves
24/11/2016 06:53
Atualizado
13/12/2018 07:27

Ano de 2016 supera 2014 e assume marca de mais violento da história do Rio Grande do Norte

A marca histórica foi batida nesta quarta-feira (23) quando o RN chegou a 1.773 mortes violentas. O registro de todo o ano de 2014 era de 1.772 crimes violentos letais e intencionais. Os dados são do Observatório da Violência
Josemário Alves / MH
Faltando exatos 38 dias para acabar, o ano de 2016 assumiu o posto de mais violento da história do Rio Grande do Norte ao ultrapassar 2014, considerado até então como o mais sangrento do Estado.

A marca histórica foi batida nesta quarta-feira (23) quando o RN chegou a 1.773 mortes violentas. O registro de todo o ano de 2014 era de 1.772 crimes violentos letais e intencionais. Os dados são do Observatório da Violência (OBVIO).

Para o pesquisador e especialista em segurança pública, Ivenio Hermes, o caos instalado no Estado foi consequência de uma série de fatores, entre eles o 'direcionamento de toda a responsabilidade da segurança para as polícias Militar e Civil'.

“Em primeiro lugar foi a descontinuidade do mapeamento científico da criminalidade, deixando de fazer integração de políticas públicas transversais, como saúde, saneamento e educação, com políticas de segurança pública, relegando toda a responsabilidade da segurança à Polícia Civil e à Polícia Militar”, argumenta.

“Em segundo lugar, sem a correta relação criminalidade X violência, o estado deixa de cumprir seu papel apaziguador e incentiva a intolerância ao demandar longas horas de trabalho aos operadores de segurança pública e desrespeitar o pagamento de salários, tratando o policial sem o mínimo de respeito, e isso provoca, sem dúvida, o descaso”, acrescenta Ivenio Hermes.

O especialista revela ainda que toda essa violência já estava prevista desde o ano passado, com o número histórico de fugas dos presídios.

“A despreocupação com a criação de vagas no sistema carcerário, a falta de tratamento humanizado com apenados e agentes penitenciários, e audiência de controle do sistema prisional ocasionando inúmeras fugas desde 2015, eram vislumbres do caos anunciado desde 2015”, conclui.

Somente no passado, 212 presos conseguiram fugir das unidades prisionais. Neste ano, até o mês de outubro, quase 400 detentos escaparam. A Secretaria de Segurança Pública não sabe precisar quantos retornaram ao sistema penitenciário.

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