Uma providência precisa ser tomada e urgente! Nesta quinta-feira, 27, às 18h30, os familiares dos pacientes que estão internados em casa foram informados pela Empresa ING - GASES não iria acontecer a distribuição das balas de oxigênio nas residências, porque a Prefeitura de Mossoró não efetuou o pagamento das parcelas em atraso pelos serviço essencial a vida.
Para vários pacientes, resolver esta situação amanhã já vai ser tarde demais. A bala de oxigênio reserva que cada paciente recebe só dá para respirar até a madrugada desta sexta-feira, 28. “Não sabemos o que fazer. Aqui estão todos desesperados”, diz Meire Santiago, que cuida da mãe no bairro Costa em Silva, zona leste de Mossoró.
Meire conta que a mãe Noêmia de Oliveira Santiago, de 89 anos, só tem 30% do pulmão e a bala de oxigênio reserva só está com 40%. Não dá nem até a madrugada. Ela deveria ter sido reabastecida no final da tarde desta quinta-feira, 27, com 4 balas, o que não aconteceu.
Meire Santiago conta que fez contato com a WS e foi informada que a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Mossoró não havia pago os serviços e já faz alguns dias que eles esperam estes pagamentos atrasados para pagar os salários do servidores, que já está atrasando o mês.
Em situação parecida e igualmente desesperadora, está Dorodete Dantas, de 79 anos, residente na Rua Melo Franco, no bairro Santo Antônio. Ela é paciente de uso contínua e a bala de oxigênio reserva que tem em casa só até o início da madrugada.
Quem cuida de Dorodete Dantas é Tallyta Morais. Ela contou a mesma história de Meire Santiago. A ING - GASES deveria ter deixado seis balas na casa de Dorodete no final da tarde desta quinta-feira para o final de semana, o que não aconteceu.
Tallyta Morais disse que foi pega de surpresa no final da tarde com a informação passada pela ING - GASES, quando tudo já estava fechado. Ela ressalta que esta é a segunda vez este ano que a Prefeitura não paga e a empresa suspende a entrega das balas de oxigênio.
“Da outra vez foi preciso ameaçar rodar a baiana lá na secretaria de Saúde para alguém de lá fazer alguma coisa. Fizeram, quando cheguei em casa já estava deixando as balas com oxigênio para minha mãe”, narra Tallyta Morais, que nesta noite não sabe nem o que fazer.
Assim como estes dois pacientes que o MOSSORÓ HOJE recebeu as informações, tem vários outros, em situação igual ou pior, que terão que acionar o SAMU até o amanhecer do dia para serem levados para o hospital. “Como é que deixam isto acontecer com a gente”, pergunta Tallyta Morais, se mostrando indignada com o descaso do serviço público.
O MOSSORÓ HOJE voltou a fazer contato com os pacientes que estão internados em casa. A senhora Noêmia Santiago falou, com voz bem cansada, que o oxigênio dela só tinha 10% e pediu socorro. Ela mora no bairro Costa e Silva. Não conseguimos estabelecer contato com Dorodete Dantas, que residente na Rua Melo Franco. Ligamos no celular e não atendeu.
Providência
Tão logo tomou conhecimento, o promotor de Justiça Wilkerson Vieira, instaurou um procedimento para apurar o caso. Ainda na manhã desta sexta-feira, 28, Vieira enviou ofício a Secretaria Municipal de Saúde cobrando providências em carater de urgência.
Atualizado às 8h.