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MOSSORÓ
Da redação
04/05/2017 11:24
Atualizado
14/12/2018 09:57

Preso de Mossoró reduz 112 dias de pena lendo clássicos da literatura e escrevendo resenhas

Detento é recordista do programa "Remição de Literatura", do sistema penitenciário federal. Condenado a 197 anos de prisão, ele escreveu 28 resenhas.
Reprodução/Ministério da Justiça
Um preso da Penitenciária Federal de Mossoró, identificado como M.A.R., ganhou destaque no projeto Remição pela Leitura, por conseguir reduzir 112 dias de pena após elaborar 28 resenhas de livros que leu, entre eles clássicos da literatura brasileira como "Grande Sertão Veredas", de Guimarães Rosa, e "Dom Casmurro", de Machado de Assis. 

Hoje o detento é o recordista do programa Remição pela Leitura, do sistema penitenicário, que prevê redução de quatro dias de pena pela leitura e resenha de casa obra - atentendo, claro, a critérios como usar parágrafos, letras legíveis, não plagiar e limitação ao tema.

M.A.R, de 40 anos, está preso há 17, e foi condenado a 197 anos, por assassinato, roubo, extorsão e sequestro. O detento deve chegar ao limite máximo de permanência na cadeira previsto na lei brasileira, de 30 anos.

Na penitenciária de Mossoró, M.A.R onde passou os últimos quatro anos, completou o Ensino Fundamental, fez três cursos personalizantes, prestou Enem três vezes e até se casou.

Antes de Mossoró, ele estava detido em Catanduvas, no Paraná. Na época, em 2010, foi apontado como um dos mandates de ataques no Rio de Janeiro em novembro daquele ano. A onda de violência deixou ao menos 39 mortos em operação policiais.  O criminoso agia na Baixada Fluminense e era considerado de alta periculosidade.

Segundo o Ministério da Justiça, em 2016, M.A.R leu desde best-sellers como "A última música", de Nicolas Sparks, até clássicos como "Memórias de um sargento de milícias", de Manuel Antônio de Almeida.

Um dos livros mais requisitados entre os presos é "Crime e castigo", de Dostoiésvski. Clássico da literatura mundial, a obra conta a história de um jovem que enfrenta dilemas morais e existenciais após matar um agiota.

Cerca de 6.004 resenhas já foram feitas no país através do projeto Remição pela Leitura, desde 2010. Ao todo, 5.383 foram aprovadas pela equipe pedagógica. Inicialmente, a ideia era ocupar os detentos, que passam cerca de 22 horas dentro das celas.

Cada detento pode elaborar 12 textos por ano, podendo reduzir 48 dias na pena por cada ano. A produção dos presos é avaliada por pedagogos, psicólgos e professores.

Com informações UOL.com


 

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