29 ABR 2024 | ATUALIZADO 21:13
MOSSORÓ
Da redação
23/06/2017 15:01
Atualizado
14/12/2018 09:31

Com painéis rasgados, lâmpadas quebradas e sem segurança, o Memorial da Resistência fede a urina

É constrangedor para o mossoroense que leva amigos e parentes de outras cidades para conhecer a história do bravo povo de Mossoró que expulsou Lampião a tiros há exatos 90 anos: veja várias FOTOS
Com imagens rasgadas, mármores arrancados, lâmpadas quebradas, piso danificado, o Memorial da Resistência fede a urina e inspira medo a assalto. Este é o cenário de quem vem conhecer a história de resistência do bravo povo de Mossoró ao temido bando do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, evento ocorrido exatos 90 anos.

Um descaso do Poder Público Municipal, exatamente quando se comemora 90 anos que o povo de Mossoró expulsou o bando de Lampião a tiros. O que deveria ser um ambiente apropriado para receber caravanas escolares, em aulas de campo, reflete um cenário desolador, causado pelo descaso de quem deveria zelar pela história de seu povo.
 
Não é por menos que no final da tarde desta desta sexta-feira, 23, o que seria o melhor horário para visitar o local, estava vazio. Havia três jovens e um rapaz que chegaram e logo saíram. Se recusaram a falar com a reportagem, explicando que se não é para falar bem, preferem o silêncio. Envergonhados com o que viram.
 
Até quem faz caminhadas nos finais de tarde pelo local, apressam o passo. “Não se pode confiar”, diz o senhor Augusto Nunes, que diz desconhecer a atual situação da estrutura do Memorial da Resistência, que além de estar impróprio a receber visitas, também apresenta alguns equívocos grosseiros em suas imagens ampliadas.
 
Segundo o historiador Kydelmir Dantas, não tem sentido algum as imagens de mulheres no Memorial da Residência. As mulheres só foram inseridas no bando de Lampião em 1930, ou seja, três anos depois de invadirem Mossoró e terem sido expulsos a bala. O pesquisador mostra ainda a foto de um cangaceiro do Crato/CE, que nunca veio a Mossoró.
 
O Memorial é da resistência, mas o destaque mesmo ficou com os cangaceiros, que tentaram extorquir o então refeito Rodolfo Fernandes. Eles aparecem em enormes painéis. Já as fotos dos bravos mossoroense aparecem tão pequena, que de uma certa distância não se percebe nem que se se trata de fotografia. Tem que se aproximar.
 
A situação é constrangedora para quem leva amigos para conhecer o local. A jornalista Adriana Negreiros, da Revista Piauí, de São Paulo, passou seis dias em Mossoró para escrever sobre Jararaca. Foi levada por Kydelmir Dantas para conhecer o Memorial da Resistência e evitou entrar em dois ambientes, pois além de feder muito a usina, estava com todas as lâmpadas quebradas. Era noite, portanto, perigoso ficar no local por muito tempo.
 
No aniversário de 90 anos de resistência do bravo povo de Mossoró ao bando de Lampião, o Memorial da Resistência, que conta esta história, merecia nem que fosse uma limpeza, substituição das lâmpadas quebradas e a presença de guardas municipais, ou pelo menos algo à altura dos grandes historiadores que estiveram em Mossoró participando da Semana de Resistência ao Bando de Lampião, que se encerrou no dia 17 deste mês, por parte da Prefeitura Municipal de Mossoró.

Memorial da Resistência não tem atividades culturais.


Galeria com lâmpadas quebradas

Sem segurança, local fica vazio


O painel com as fotos dos heróis de Mossoró


As fotos dos heróis da resistência são tão pequenas que só dá para visualizar chegando próximo


Lâmpadas queimadas em todos os ambientes


































Piso está todo se soltando


Painéis rasgados


Mármores arrancados




Registra do descaso; estrutura não passou por manutenção para os 90 anos da resistência




Ambientes não recomendados para visitá-los à noite


Painéis com foto de mulheres, quando na época da invasão não havia mulheres com Lampião

Notas

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