A Polícia Civil encontrou fotos que eram envelhecidas através de programas de computador, como o Photoshop, na cada do delegado Olavo Dantas de Medeiros, preso na quarta-feira (08) suspeito de comandar esquema de fraudes no Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais do RN (IPERN).
Segundo a equipe da Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Conta a Ordem Tributária (Deicot), o material comprova a participação do delegado na fraude.
As fotos encontradas na casa do delegado são de Maria Cosme Sobrinho, também presa na quarta-feira, e que, segundo a Polícia, fingiu ser companhaeira de um ex-aditor fiscal para receber pensão dele. As fotografias teriam sido envelhecidas para que ela parecesse com uma idade aproximada do ex-auditor.
O delegado Olavo Dantas, suspeito de comandar as fraudes, em depoimento, negou a participação no crime.
Além dele foram presos José Laércio Ferreira de Melo, filho de um ex-auditor fiscal; a advogada Thayana de Moura Macedo; Maria Cosme Sobrinho e Ana Claudia de Oliveira Dantas.
Em depoimento à Polícia, a advogada também envolvida no esquema, Thayana de Moura Macedo, confessou o crime e apontou o delegado como ser o mandante no esquema de fraudes.
As investigações
As investigações, que tiveram início em fevereiro deste ano, confirmaram a veracidade da denúncia e deram conta de que o esquema contou com a participação de outras quatro pessoas: a advogada Thayana de Moura Macedo, que foi responsável pela realização de um inventário administrativo no 5º Cartório do Alecrim (com renúncia dos herdeiros) e pelo levantamento do dinheiro que estava depositado na conta do falecido, através de um alvará judicial obtido de forma ilegal; Ana Cláudia de Oliveira Dantas e seu esposo, identificado como Expedito, suspeitos de falsificar os documentos utilizados pela quadrilha para fraudar a pensão; e Maria Cosme Sobrinho, que se passou por companheira do auditor falecido.
Todos os envolvidos foram presos na manhã desta quarta-feira (8), exceto Expedito que foi encaminhado para a delegacia para prestar esclarecimentos, mas foi liberado em seguida. Ana Cláudia, inclusive, tinha um mandado de prisão em aberto expedido pela justiça da Paraíba, por estelionato.
O montante recebido indevidamente pelo grupo desde o início do esquema já soma cerca de R$600 mil em prejuízo para o Estado.
O grupo foi autuado pelos crimes de falsificação de documento particular, falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, uso de documento falso, falso testemunho e peculato. Além desse, outros casos de fraudes em pensões estão sendo investigados no Rio Grande do Norte, possivelmente ligados a essa quadrilha.