Mais da metade (2.600) das famílias residentes no município de Guamaré, na região norte do Estado, recebem ajuda financeira da Prefeitura Municipal no valor de R$ 300,00.
Considera-se que vivem abaixo da linha de pobreza, o que se configura um contraste gigantesco, considerando que Guamaré (14,6 mil hab) tem o 18º PIB per capita do País.
A riqueza de Guamaré, proporcionada pela produção e processamento de petróleo e geração de energia, não chega aos seus moradores, que, em sua maioria, vivem na miséria.
Com orçamento anual próximo a R$ 280 milhões, a Prefeitura de Guamaré tem sido alvo de uma disputa ferrenha e vergonhosa em todas as instâncias e cenários nos últimos 15 anos.
A disputa pelo comando da Câmara Municipal, que tem orçamento/anual de quase R$ 13 milhões, não é diferente. Quem preside o Poder Legislativo, não tem em que gastar tanto dinheiro.
No âmbito da Prefeitura Municipal de Guamaré, mesmo sem poder concorrer ao Executivo em 2016, pois estava com o nome sujo, Hélio Willamy, se valeu de uma liminar e tornou-se prefeito. Foi cassado.
A vice-prefeita Iracena Silveira também terminou afastada do cargo. O presidente da Câmara Emilson Borba Cunha, conhecido por Lula, também foi afastado pela Justiça Eleitoral.
A prefeitura caiu nas mãos da vereadora Diva Maria, vice-presidente da Câmara Municipal. A Justiça Eleitoral determinou que um pleito suplementar fosse realizado no dia 9 de dezembro.
Começou a corrida pelo controle dos milhões da Prefeitura e também pelos milhões da Câmara. No Executivo: a disputa é entre Mozaniel Rodrigues e Adriano Diógenes.
Diógenes tem o apoio do prefeito cassado Hélio Willamy e Mozaniel ficou com apoio de quem não tinha espaço na Prefeitura. Ele é filho do ex-prefeito João Pedro Filho, que já faleceu.
Geralmente, quem tem o apoio do Poder Executivo ou Legislativo, ganha o pleito, ou seja, a chave do cofres dos milhões do município. São manobras de todos os tipos e gostos.
Ao afastar o prefeito Hélio, a vice e o presidente da Câmara Borba, o Tribunal Superior Eleitoral terminou por gerar uma disputa também pelos R$ 13 milhões da Câmara Municipal.
E não só isto. Quem for eleito presidente da Câmara, automaticamente assume o cofre dos quase R$ 280 milhões/ano da Prefeitura Municipal, cargo ocupado hoje pela vereadora Diva Maria.
Diva Maria era vice-presidene da Camara e assumiu o cargo de prefeita interina em outubro passado, com o afastamento do prefeito Hélio, da vice Iracena e do presidente da Câmara Emilson Borba.
Como Diva Maria e Eliane Guedes aceitaram a idéia de fazer uma auditoria nas contas da Câmara e da Prefeitura, o grupo politico do prefeito afastado Hélio Willamy entrou em desespero.
Nesta sexta-feira, 23, os vereadores ligados ao prefeito afastado quebraram a tranca da porta da Câmara, fizeram uma sessão extraordinária, mesmo sem ter vereadores suficientes, e elegeram Carlos Câmara presidente da casa.
Com isto, passaram a reinvindicar agora o comando dos cofres da Câmara e da Prefeitura. A disputa chegar ao Poder Judiciário ainda neste sábado, 24.
A presidente da Câmara interina Eliane Guedes de Melo Carmo diz que esta eleição não vale. Ela havia desistido de fazer uma nova eleição, um pouco mais cedo nesta sexta-feira, a pedido do vereador Luiz Carlos de Sousa.
Leia o que diz Luiz Carlos em seu requerimento: