A presidenta do Partidos dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, e o líder do partido na Câmara dos Deputados, Odair Cunha, apresentaram nesta quarta-feira (20) requerimento ao presidente da Câmara, Arthur Lira, para que seja arquivado o projeto de lei 2.858, que prevê anistia aos condenados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2022.
Gleisi e Odair argumentam que manter a tramitação do projeto, apoiado por parlamentares bolsonaristas, “é de todo inoportuno e inconveniente para o processo democrático e paz nacional”.
Segundo o partido, isso ficou demonstrado cabalmente pelo recente atentado a bomba contra a sede do STF em Brasília e pelas conclusões da Polícia Federal no inquérito do 8 de janeiro, revelando os planos de assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre Moraes.
Além de demonstrar a gravíssima trama criminosa dos chefes do golpe, que poderiam vir a se beneficiar da anistia proposta, a perspectiva de perdão ou impunidade dos envolvidos tem servido de estímulo a indivíduos ou grupos extremistas de extrema direita, afirmam os deputados.
Na terça-feira (19) a Polícia Federal deflagrou uma operação para desarticular uma organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado em 2022. O grupo planeja impedir a posse do governo eleito, mandando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Morais.
Quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal foram presos na operação.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, autorizou a prisão preventiva do general da reserva Mário Fernandes e dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo.
Os quatro são integrantes das Forças Especiais do Exército, também conhecidos como "kid pretos", altamente especializados em ações de guerrilha, infiltração e outras táticas militares de elite.
Também foi autorizada a prisão preventiva do agente da PF Wladimir Matos Soares, suspeito de envolvimento no plano.