O Ministério da Justiça transferiu, com sucesso, a pedido dos promotores de Justiça de São Paulo, 22 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para presídios Federais de Mossoró/RN e Porto Velho/RO.
Entre os transferidos está Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o líder máximo da organização criminosa. Condenado a mais de 300 anos de prisão, Marcola é considerado o mais famoso e temido do PCC.
Para transferir os presos, o presidente da república Jair Messias Bolsonaro assinou decreto determinando o uso das forças armadas nas cidades que os presos estavam e o destino. Mossoró recebeu 800 homens do Exército.
A chegada dos presos a Mossoró foi dificultada pelas condições precárias (roubaram ou quebraram as lâmpadas da pista do aeroporto), sendo necessário o avião C130 pousar em Natal e os presos seguirem de helicópteros para Mossoró.
A chegada dos presos a capital do Oeste do Rio Grande do Norte aconteceu por volta das 21h30. O Exército e dezenas de agentes penitenciários federais e da Polícia Rodoviária Federal já havia assumido o controle do aeroporto e acessos.
A transferência para a cidade de Porto Velho foi concluída mais cedo, por volta das 19h30. Assim como a transferência dos dez presos para o Presídio Federal de Mossoró, a transferência dos 12 presos para Porto Velho foi sem intercorrências.
Os presos chegaram ao Aeroporto Dix Sept Rosado, em Mossoró, em dois helicópteros do Exercito. Desembarcaram um a um, algemados e acorrentados, sendo conduzidos individualmente por Agentes Penitenciários armados e treinados.
Após os desembarques e os exames de corpo delito, os presos foram encaminhados em 3 vans para o Presídio Federal, onde vão ficar em celas individuais (são 208 celas) por um período de 2 anos, podendo ser prorrogado por mais dois anos.
Para evitar resgate e transtornos de ordem pública o Exército assumiu a vigilância no acesso e nas imediações dos Presídios Federais de Mossoró e Porto Velho. No caso de Mossoró, o Exercito montou acampamento ao lado da UFERSA.
Veja quem são os presos transferidos de SP para RO e o RN.
Presos de Presidente Venceslau
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola
Marcola é acusado pelo MP (Ministério Público) de São Paulo de ser líder do PCC desde 2001, quando teria sido o responsável por organizar uma megarrebelião em vários presídios do estado simultaneamente, que resultou em 16 presos assassinados. Desde então, o MP aponta que toda ação orquestrada do crime organizado paulista tem seu aval ou decisão, sendo apontado como o principal criminoso da maior facção do país.
Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha (irmão de Marcola)
Preso em Fortaleza em 2016, o irmão de Marcola estava ganhando espaço dentro da facção. Sua presença no Nordeste seria para analisar a região como potencial território de exportação de drogas, sobretudo cocaína, para países dos continentes europeu e africano.
Alessandro Garcia de Jesus Rosa, o Pulft
Também considerado do primeiro escalão do PCC, Pulft é considerado como "estrategista" e respeitado. Foi pego em diversas gravações como voz de comando entre integrantes do PCC em liberdade.
Alexandre Cardoso da Silva, o Bradok
Um dos primeiros integrantes do PCC, Bradok foi condenado por realizar atentados contra uma delegacia de Sumaré, no interior paulista, em março de 2002, e ter matado policiais a tiros de fuzil. Ele seria um dos integrantes mais respeitados por Marcola no primeiro escalão da facção criminosa paulista.
Antônio José Muller Junior, o Granada
Segundo o MP, coordena um núcleo (conhecido como sintonia geral dos gravatas) que utilizou advogados para levar e trazer informações de dentro para fora da cadeia.
Daniel Vinicius Canônico, o Cego
Apontado como um dos principais líderes – e um dos mais violentos. “Restou devidamente demonstrado a participação dele na tomada de decisões estratégicas da organização criminosa”, apontou denúncia do MP contra ele.
Fernando Gonçalo dos Santos, o Colorido
Colorido seria um dos primeiros integrantes do PCC. Ele foi preso em 2001 após uma investigação da Policia Civil identifica-lo como gerente na recepção de cargas de armas a serem utilizadas em grandes assaltos principalmente a bancos. É considerado como um dos principais líderes.
Júlio Cesar Guedes de Moraes, o Julinho Carambola
Atua na "sintonia final", ou seja, na liderança da facção, e dá apoio na administração do "progresso interno" do grupo. Ele figura, desde 2006, no núcleo duro da facção, ao lado de Marcola, sendo considerado, por anos, como o número dois do grupo. Foi condenado pela morte do juiz-corregedor de Presidente Prudente Antonio José Machado Dias, o Machadinho, conhecido por ser linha dura contra o crime organizado.
Lourinaldo Gomes Flor, o Louro
Conhecido no início do século como um dos principais assaltantes de banco do país. Com o dinheiro roubado, financiava ações criminosas. Ele teve o nome envolvido em ataques da facção contra forças de segurança paulista no fim de 2003
Lucival de Jesus Feitosa, o Val do Bristol
Quando esteve em liberdade, o acusado ficou "devidamente comprovado", segundo o MP, como função da sintonia geral da rua do PCC. A polícia identificou, por meio de escutas telefônicas, conversas em que Val do Bristol anunciaria ordens a serem repassadas a integrantes da facção que estão em liberdade.
Luís Eduardo Marcondes Machado de Barros, o Du da Bela Vista
Preso pela 1ª vez durante maio de 2006, quando o PCC promoveu ataques em São Paulo. Em 2014, durante um plano de fuga feito pelo PCC, ele seria um dos resgatados, além de Marcola.
Márcio Luciano Neves Soares, o Pezão
Foi apontado por investigações como um dos principais nomes do PCC no tráfico internacional de drogas. Ele foi acusado por atuar no transporte de drogas por meio de aviões e caminhões na fronteira do Brasil e da Bolívia.
Patric Velinton Salomão, o Forjado
Forjado é acusado pelo MP de assessorar a liderança da facção no gerenciamento do tráfico de drogas.
Pedro Luís da Silva, o Chacal
Chacal foi preso após investigações da Polícia Civil em novembro de 2015, em Salto, no interior de São Paulo. Ele é acusado de participar de tentativas de resgates de presos e de atentados praticados contra forças de segurança.
Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal
Funchal também é acusado de matar o juiz Machadinho. Ele foi preso em 2012 depois de estar foragido desde 2011. Ao ser detido novamente, a Polícia Civil afirmou que ele confessou ter participado da morte do juiz.
Presos de Presidente Prudente
Almir Rodrigues Ferreira, o Nenê de Simeone
Nenê de Simeone foi denunciado pela operação Echelon do Ministério Público paulista. Segundo a acusação, ele exerce a função de "sintonia dos outros estados e países" (núcleo que comanda ações fora de São Paulo).
Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden
Bin Laden também foi acusado de integrar a "sintonia dos estados e países", e teve cartas redigidas por ele pegas por servidores penitenciários. Entre as cartas, estavam ordens para praticar atos violentos nas ruas de Alagoas uma vez que havia a expectativa de transferir membros da facção presos no estado para presídios federais.
Cláudio Barbará da Silva, o Barbará
Barbará é apontado como o número um no segundo escalão da cúpula do PCC. Segundo a Promotoria, quando Marcola e outros líderes do primeiro escalão estão em regime de isolamento, ele migrava para o primeiro escalão momentaneamente.
Cristiano Dias Gangi, o Crisão
Crisão foi identificado como autor de algumas cartas apreendidas durante uma revista ocorrida no presídio de Presidente Venceslau. Entre as cartas, havia orientações sobre como integrantes da facção deveriam se comportar no Rio Grande do Norte, que teve uma crise dentro das penitenciárias no início de 2017. Entre as orientações, havia a determinação de que os presos iniciassem uma greve de fome.
José de Arimatéia Pereira Faria de Carvalho, o Pequeno
De acordo com o MP, Pequeno "exerce funções junto ao setor financeiro da organização criminosa" tendo tomadas de decisão quanto a movimentações financeiras, compras de armas e munições, remuneração dos visitantes que transportam cartas e auxílio na compra de alimentação de presos que se rebelaram, especificamente em Roraima.
Reginaldo do Nascimento, o Jatobá
Jatobá foi relacionado à liderança do PCC uma vez que, por meio de cartas apreendidas, foi possível constatar informações relativas a: segurança de familiares de membros da facção, desavenças com outras organizações criminosas e contabilidade da facção.
Rogério Araújo Taschini, o Taschini, ou Rogerinho
O acusado recebia informações relativas à movimentação de armamento nos estados, quantidade de integrantes da facção criminosa que atuam nesses estados e eventos de interesse da organização criminosa em diversos locais da federação, o que incluiria mortes, apuração de fatos relativos a membros do PCC, confrontos com facções adversárias e apoio, inclusive financeiro, aos familiares e integrantes da organização.