02 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:28
POLÍCIA
CEZAR ALVES, DA REDAÇÃO
28/02/2019 09:29
Atualizado
28/02/2019 11:16

Marcado para morrer, agropecuarista de Apodi volta ao banco dos réus

Nerivaldo Oliveira, o Galego, é réu confesso num processo por duplo homicídio ocorrido em novembro de 2009; Ele havia sido julgado e absolvido, só que o MP recorreu e ele vai a novo julgamento nesta quinta-feira, 28, em Mossoró
Marcado para morrer, Nerivaldo Oliveira volta ao banco dos réus: Ele já foi julgado e absolvido por ter matado duas pessoas que ele acreditava está roubando seus animais e lhe ameaçando de morte no ano de 2009, no Sítio Carrasco, em Apodi
FOTO MARCOS GARCIA

O agropecuarista Nerivaldo Araújo de Oliveira, de Apodi, volta ao banco dos réus nesta quinta-feira, 28, em Mossoró, para responder por um duplo homicídio, o qual ele confessa e explica que estava sendo roubado e ameaçado pelas vítimas.

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Nerivaldo Oliveira conta detalhes em entrevista ao Jornal de Fato

No primeiro julgamento, o Conselho de Sentença entendeu que Nerivaldo Oliveira agiu em legítima defesa e o absolveu. O Ministério Público Estadual, no entanto, analisou que haviam provas suficientes para condena-lo e pediu novo julgamento.

O julgamento começou às 8h30, sob os cuidados do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. O promotor de Justiça será Italo Moreira Martins. A defesa será feita pelo experiente advogado José Wellington Pinto Diógenes, do Ceará-RN.

A previsão de conclusão deste julgamento é o final da tarde, quando o juiz conduz o Conselho de Sentença a Sala Secreta para decidir pela condenação ou nova absolvição do réu Nerivaldo Oliveira.


O crime

Nerivaldo Oliveira é proprietário do Sítio Carrasco, no município de Apodi. Ele alega que as vítimas Francisco Elói Rodrigues de Sousa e Allison Henrique da Silva Rosário, a mando de um poderoso empresário, haviam roubado seus animais, mataram até o boi de estimação e lhe ameaçado de morte por um período de 5 anos seguidos. 

A razão destes roubos e ameaças era para Nerivaldo Oliveira vender suas terras para o empresário, que queria lucrar com a produção de petróleo. Em função dos roubos e das ameaças, que segundo Nerivaldo não eram investigados e os responsáveis punidos, ele teve um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão.

No dia da ocorrência do Duplo Homicídio, o então delegado de Apodi havia intimado Francisco Elói e Allison Henrique para prestar esclarecimentos na Delegacia a respeito dos roubos e das ameaças a Nerivaldo. Descrente na Justiça, Nerivaldo se juntou ao amigo Manoel Cícero de Freitas, o Pelado, de Janduis, e armou uma emboscada.

Armados de espingarda calibre 12, Nerivaldo e Pelado interceptaram duas motocicletas, onde estavam 4 pessoas. Além das duas vítimas, estavam também Pedro Barbosa Neto e Antônio Marcos de Almeida. Os dois receberam ordens para seguirem viagem. Enquanto a Francisco Elói e Allison, Nerivaldo e Pelado abriram fogo. Os dois foram mortos no local.

Em seguida, o agricultor Nerivaldo e Pelado fugiram na direção da Campo Grande, onde tem familiares. A Policia conseguiu alcança-los e prende-los ainda com as armas do crime. Autuados em flagrante, Nerivaldo foi enviado para a prisão, onde aguardou julgamento e terminou absolvido. Na prisão, contou que estava marcado para morrer.


Marcado para morrer

Nerivaldo Oliveira, na época do duplo homicídio, era um homem marcado para morrer. Ele conta que havia denunciado na Policia Federal de Mossoró um esquema poderoso de extermínio, roubo de carga, de animais, de veículos, apontando, inclusive, o envolvimento de policiais militares e civis, tudo sob o comando de um rico e poderoso empresário de Apodi.

Em entrevista ao então jornalista Andrey Ricardo, Nerivaldo Oliveira contou detalhes. Disse que era proprietário de mais de 100 cabeças de gado e mais de mil caprinos, sem contar a criação de suínos.

Narrou que após 2004, começaram os roubos em sua propriedade, tendo terminado com apenas 40 cabeças em 2009, quando aconteceu o duplo homicídio. Prejuízo na propriedade foi superior a R$ 1 milhão.

Segundo ele, os roubos e as ameaças tinham como pano de fundo a existência de petróleo em suas terras. Este empresário queria comprar o sítio Carrasco pois lá havia petróleo no subsolo.

Notas

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