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VARIEDADES
DA REDAÇÃO E O GLOBO
08/03/2019 15:13
Atualizado
08/03/2019 18:38

Celina Guimarães é homenageada e batiza nova plataforma do jornal O Globo

Nascida em Natal, Celina morava em Mossoró, no Rio Grande do Norte, quando o Poder Judiciário local permitiu que mulheres se alistassem para votar em uma eleição complementar para o Senado. Celina e outras 20 mulheres se inscreveram. Ela foi a primeira a conseguir esse direito
O jornal carioca O Globo lançou nesta sexta-feira (8) uma nova plataforma de conteúdo dedicada ao tema feminino. Chamada de Celina — em homenagem à professora Celina Guimarães Viana, pioneira do voto feminino no Brasil
Reprodução/O Globo

O jornal carioca O Globo lançou nesta sexta-feira (8) uma nova plataforma de conteúdo dedicada ao tema feminino. Chamada de Celina — em homenagem à professora Celina Guimarães Viana, pioneira do voto feminino no Brasil —, é um espaço para debater, em profundidade, os temas ligados a mulheres, mas também outras questões de gênero e diversidade. Terão espaço reportagens, artigos, entrevistas, perfis e vídeos sobre direitos, mercado de trabalho, comportamento, expressão cultural, política, educação, saúde e violência.

A partir deste Dia Internacional da Mulher, Celina destaca diariamente, no ambiente digital, material produzido por todas as editorias do jornal e por colunistas do jornal. Além disso, haverá a colaboração de outras mulheres que têm se destacado no debate sobre o tema. O conteúdo poderá ser acessado pelo endereço oglobo.globo.com/celina/

O jornal impresso também publicará periodicamente reportagens especiais, sempre identificadas com o selo do projeto. Em breve, o conteúdo de Celina estará também em uma newsletter semanal e num perfil no Instagram .

A pressa dos pedestres e o trânsito movimentado mostram que Santo Agostinho, bairro tradicional de Belo Horizonte, cresce com a cidade. Mas é ali que uma casa de esquina construída nos anos 1940 guarda uma história que resiste ao tempo. Ali viveu Celina Guimarães Viana, a primeira mulher brasileira a ter o direito de voto. Uma professora culta e curiosa que gostava de literatura, arte e moda, contam as netas, e que provavelmente não imaginava que seu pioneirismo teria impacto para as mulheres que vieram depois dela.

Nascida em Natal, Celina morava em Mossoró, no Rio Grande do Norte, quando o Poder Judiciário local permitiu que mulheres se alistassem para votar em uma eleição complementar para o Senado. Celina e outras 20 mulheres se inscreveram. Ela foi a primeira a conseguir esse direito. A família guarda com carinho a foto que registra o momento: Celina, sorridente e de pé, deposita sua cédula em uma urna, cercada por homens, em abril de 1928.

— Naquela época, as mulheres só ficavam em casa, mas Celina não se prendeu às restrições. E o marido dela, Eliseu, apoiou. O que ela fez foi um marco, abriu as portas para a emancipação feminina. O voto é uma das formas de exercer nossa cidadania — diz Gina Viana, neta de Celina.

O Senado acabou invalidando os votos daquela eleição por não aceitar o voto feminino. Mas Celina e as outras mulheres ficaram conhecidas pelo pioneirismo. O sufrágio feminino foi adotado no Código Eleitoral em 1932, no início da Era Vargas, e as mulheres também puderam disputar vagas na política um ano depois.

— Ela era atrevida, sabe? Numa vontade de ver o mundo mais igualitário para homens e mulheres, foi votar. Era uma mulher comum, mas que queria, assim como muitas ainda querem, ter direitos iguais — conta Carla Viana Coscarella, também neta de Celina.


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