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BRUNO BARRETO - BLOG DO BARRETO
13/03/2019 17:15
Atualizado
13/03/2019 17:15

Bruno Barreto: "Rosalba comemora vitória derrotando servidores com truculência política"

"Tudo contra a falta de diálogo e respeito com os servidores que não tiveram o direito de dizer se estão ou não de acordo em receber um terço do que têm direito", diz em artigo
A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) acumulou dois anos sem reajustes para os servidores municipais. As perdas inflacionárias são de 10,30%
Edilberto Barros/Arquivo

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) acumulou dois anos sem reajustes para os servidores municipais. As perdas inflacionárias são de 10,30%. Se recusando a negociar com o sindicato e com o discurso falacioso de valorização dos servidores ela entregou reajuste de 3,75%, um terço do desejado pelos trabalhadores.

Nada contra reajuste.

Tudo contra a falta de diálogo e respeito com os servidores que não tiveram o direito de dizer se estão ou não de acordo em receber um terço do que têm direito.

O reajuste linear descumpre o percentual de 4,17% do piso nacional dos professores e traz perdas das horas trabalhadas para agentes comunitários de saúde e agentes de endemias.

Tudo foi feito ignorando um preceito básico da boa política que é o diálogo. Dentro de seu primitivismo político, o rosalbismo vende a ideia de que era isso ou nada.

Que tal ter feito isso dialogando e permitindo que os servidores se posicionassem em assembleia?

Na Câmara Municipal nada do que foi decidido ontem foi ilegal. Mas a bancada governista disciplinada e enquadrada seguiu à risca a estratégia acertada na segunda-feira em uma reunião.

Tradicionalmente em dias de votações polêmicas as sessões são interrompidas para se reunir com manifestantes. Ontem a bancada governista se recusou a fazer isso, quebrando uma tradição e usando um direito legal para ser deselegante e antidemocrática com os servidores.

A prefeita e seus devotos cantam vitória. Mas se trata de uma derrota política porque não há festa entre os servidores. Trocando em miúdos: os trabalhadores não se sentem agradecidos.

Muito pelo contrário: professores estão em greve. Agentes de saúde e de endemias em breve vão se manifestar.

A truculência política com que este processo foi tratado não é boa para a prefeita e reforça percepção do discurso falacioso dos membros da atual gestão.

O grande problema não é o resultado, que poderia ser bem-vindo pela via negociada, mas pelo método. Não consigo encontrar explicação racional para justificar a recusa de Rosalba em sentar para dialogar com a presidente do Sindserpum Marleide Cunha.

A prefeita, tão experiente, deveria saber que na política existem vitórias que são derrotas. O longo prazo mostrará isso.

Ontem foi um exemplo.


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