Depois da audiência tumultuada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na quarta-feira, 3, que terminou com trocas de ofensas e empurra-empurra, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que, ao reagir às provocações de parlamentares, deu holofote desnecessário à oposição. Segundo apuração, a percepção de Guedes é que, apesar de alguns deputados merecerem resposta, sua forte reação acabou dando palanque a parlamentares de menos expressão.
Na quinta-feira, 4, Guedes se reuniu com o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que, após o encontro, disse que o ministro está arrependido por ter respondido. Segundo Kajuru, Guedes disse que foi para o encontro sabendo que seria ofendido e que mudará a postura nas próximas audiências.
"Ele disse que errou e que não devia ter respondido e que a partir de agora não vai mais fazer isso. Disse que já estava preparado para as ofensas, só não imaginava o nível", afirmou o senador.
Os próprios parlamentares governistas admitiram que faltou articulação da base para a audiência de Guedes, o que acabou deixando o ministro exposto aos ataques oposicionistas.
O mais grave deles foi quando Zeca Dirceu (PT-PR) disse que o ministro era "tchutchuca" com os privilegiados, o que levou Guedes a responder e a uma confusão que acabou por encerrar a sessão.
Presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), reconheceu que faltou articulação da base do governo para garantir a alternação das perguntas dos oposicionistas e dos parlamentares aliados.
Segundo ele, o recado foi dado ao governo e a expectativa daqui para frente é de um outro cenário.