O capitão da PolÃcia Militar, Styvenson Valentim, que comanda a Operação Lei Seca na capital, utilizou sua conta pessoal no Facebook para rebater as declarações do lutador Rony "Jason". O oficial disse que foi comunicado, via rádio, que o lutador queria, pelo menos, um tratamento "diferenciado", "especializado", "uma coisa melhor", pois representava o Estado do Rio Grande do Norte no MMA.
A questão do bairrismo falou mais alto em áudio divulgado nos grupos de WhatsApp, em resposta às provocações do lutador. Styvenson cita a atitude de Jason que tentou usar a fama de lutador e representante de MMA no Rio Grande do Norte para tirar vantagem dos policiais.
"Espero que essa não seja a representação que o estado deseja. A nossa representação de atleta é de disciplina e postura. Isso não é espelho para nenhum tipo de atleta. Então quero que repense sua postura e atitude, porque além de infração de trânsito, você está muito aquém de um atleta para representar o estado do Rio Grande do Norte, que já é muito bem representando não só como atletas, mas também como pessoas com nÃvel intelectual", disse o oficial.
Em outro áudio, o PM sugere a Jason voltar para o Ceará caso estivesse insatisfeito em lutar pelo RN. “Naquele instante você era um condutor como qualquer outro, não precisava se identificar como lutador de MMA que representa o meu Estado. O meu trabalho é para o meu Estado, entendeu? Se você está insatisfeito, amigo, volte para a sua terra, volte para o Ceará e represente, pois, o Rio Grande do Norte já está muito bem representado intelectualmenteâ€, relatou.
Styvinson ainda se defendeu dizendo que não participou da abordagem ao lutador, e que a imprensa divulgou o caso pelo fato dele ser uma pessoa conhecida. "Observei pelos comentários postados no meu Facebook que o senhor Rony está bem chateado com a exposição da imagem dele pela mÃdia. Mas lembrando a todos que estão lendo o texto que ele foi escolhido pelo profissional", complementou.
Rony foi parado pela polÃcia em uma blitz realizada na madrugada desta sexta-feira (21), próximo de uma boate em Ponta Negra, Zona Sul de Natal, e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Desta maneira, “Jason†teve sua habilitação retida e o carro, uma blazer, foi rebocada.
Confira a nota completa:
É tanta polêmica por causa de uma matéria, que resolvi conversar com vocês. Primeiro, a matéria postada aqui no meu Facebook sobre a blitz desta madrugada não foi produzida por mim, mas sim pelo portal G1RN. E sim, mais pessoas foram autuadas durante a operação, porém o fato de o rapaz do UFC ter sido escolhido como personagem da matéria pelo repórter do portal, foi uma opção do próprio profissional, que tem o poder de discricionariedade para publicar o que quiser e bem entender.
Segundo fato a ser destacado: foram quatro pontos de abordagem durante a blitz. Foi passado para mim, via rádio, pelo policial que fez a abordagem ao senhor Rony, que o mesmo queria, pelo menos, um tratamento "diferenciado", "especializado", "uma coisa melhor", pois representava o Estado do Rio Grande do Norte no MMA. A "solicitação" do senhor Rony foi entendida pelo policial da equipe da Lei Seca como um pedido de privilégio. Somente após ouvir a conversa via rádio é que fique sabendo de que se tratava de um lutador.
Outra coisa a ser pontuada é que em nenhum momento passei a informação para o repórter do G1 que o carro do senhor Rony havia sido apreendido durante a fiscalização.
Também observei pelos comentários postados no meu Facebook que o senhor Rony está bem chateado com a exposição da imagem dele pela mÃdia. Mas lembrando a todos que estão lendo o texto que ele foi escolhido pelo profissional do G1 por ser uma pessoa “conhecidaâ€.
Vou compartilhar aqui que já abordamos alguns lutadores e lutadoras de UFC, no entanto, eles tiveram conduta e comportamento compatÃveis com a situação de condutores de veÃculo que cometeram infração. Diferente do senhor Rony, eles não se valeram da “fama†para pressupor ou subtender pelos polÃcias algum tipo de vantagem, com isso tiveram a identificação deles preservada.
E como falei no inÃcio do texto, outras pessoas foram autuadas na operação de ontem, mas ao contrário do senhor Rony, reconheceram que beberam. É o caso do taxista João Maria, que foi parado por nós e afirmou ter bebido uma lata de cachaça na noite anterior. Ele foi abordado, fez o exame e acabou sendo autuado administrativamente. Além do senhor João Maria, totalizamos 23 carteiras de habilitação retidas, sete crimes e oito veÃculos recolhidos.
Por fim, informo aqui ao senhor Rony Mariano e a qualquer outro condutor famoso ou anônimo, rico ou pobre, que independente de qualquer fator social, polÃtico, religioso ou profissional que na blitz que eu comandar, qualquer tipo de vantagem ou tratamento diferenciado está completamente descartada.
Concluo apelando ao senhor Rony para que ele realmente seja exemplo para várias pessoas. Como um atleta e representante do estado do RN, preserve e zele por essa representação, pois pude perceber aqui na minha página que muitos o admiram. Abraço a todos.