A ministra da Saúde, Nísia Trindade, falou das formas de controle do mosquito Aedes aegypti que vem sendo utilizadas em vários estados do país.
Entre eles, destacou o método Wolbachia que impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, ajudando a reduzir a transmissão dessas doenças. Segundo a ministra, a pasta pretende dar uma escala nacional a essas medidas.
“Novas estratégias de controle do mosquito estão sendo implementadas nos estados, e iremos ampliá-las para todo o país”, afirmou. Nísia Trindade reforçou também a importância da participação ativa da sociedade para o sucesso das ações e para a proteção da saúde pública.
Em todo o país, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), devidamente uniformizados e identificados, visitaram as residências para orientar famílias e auxiliar na eliminação de criadouros do mosquito. Além disso, ações educativas e mutirões de limpeza vêm sendo realizados nas comunidades.
Dia D nas cinco regiões do país
Gestores do ministério estiveram presentes em diversos estados do Brasil para reforçar a importância da mobilização contra a dengue. No Espírito Santo, esteve presente a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Na Bahia, o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, representou a pasta. Em Minas Gerais, o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Adriano Massuda, participou de ações.
O secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, esteve em Goiás. No Distrito Federal, a presença foi da coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses, Lívia Vinhal.
O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, Edenilo Barreira, esteve na mobilização no Ceará. No Maranhão, as ações contaram com a participação do coordenador da Força Nacional do SUS, Rodrigo Stabelli.
Em Sergipe, o representante do ministério foi o secretário-adjunto de Atenção Primária à Saúde, Jerzey Timóteo. No Amapá e no Pará, estiveram, respectivamente, a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, Alda Maria da Cruz, e a diretora do Instituto Evandro Chagas, Lívia Carício.
Prevenção: a melhor alternativa
Para conter a dengue, é essencial eliminar locais com água parada, propícios para a reprodução do Aedes aegypti. Medidas simples incluem:
Virar garrafas e recipientes com a boca para baixo;
Tampar caixas d’água, tambores e cisternas;
Limpar e trocar regularmente a água de vasos de plantas e pratos;
Manter quintais limpos, livres de entulhos;
Colocar areia nos pratinhos de plantas para evitar acúmulo de água;
Descartar corretamente o lixo;
Limpar frequentemente recipientes que armazenam água, como bebedouros de animais, utilizando escova e sabão;
Inspecionar e desobstruir calhas para prevenir acúmulo de água;
Descartar ou armazenar adequadamente objetos desnecessários que possam acumular líquidos, como pneus velhos, latas e plásticos;
Dobrar lonas e plásticos de forma que não formem poças.
A proteção contra picadas também é fundamental. Para isso, orienta-se:
Instalar telas em janelas e portas;
Aplicar repelentes durante o dia;
Vestir roupas claras que cubram braços e pernas.
Piscinas, fontes e reservatórios de água devem ser inspecionados regularmente, especialmente em áreas com alta incidência da doença. Participar de ações comunitárias, como mutirões de limpeza, e conscientizar vizinhos sobre os cuidados necessários fortalece o combate ao mosquito.
A prevenção continua sendo o melhor caminho contra a doença, e cada cidadão tem um papel crucial nesse esforço coletivo.
Em caso de suspeita de dengue, com sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e manchas na pele, é essencial buscar atendimento médico imediato.
Plano de ação e investimento ampliado
O Plano de Ação 2024/2025 do Ministério da Saúde visa reduzir casos e óbitos por arboviroses, com um investimento de R$ 1,5 bilhão, o que representa um aumento de 50% em relação ao ciclo anterior. Entre as ações estão:
Novas tecnologias: uso de métodos inovadores, como o Wolbachia e mosquitos estéreis;
Vacinação: garantia de doses para o público-alvo;
Testagem: ampliação de insumos laboratoriais;
Controle vetorial: distribuição de inseticidas e biolarvicidas.
Cenário atual
Dados do Boletim InfoDengue indicam um aumento contínuo nos casos da doença, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal estão entre os estados mais afetados.
Campanha nacional
O Ministério da Saúde reforça a segunda fase da campanha nacional de conscientização, que traz o slogan “Tem sintomas? A hora de ficar atento à dengue, zika e chikungunya é agora”. A campanha incentiva a população a buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ao identificar sintomas como febre, manchas vermelhas no corpo e dores atrás dos olhos.