Segundo aponta o jornalista Maurício Lima na coluna Radar, da revista Veja, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, encontra-se em uma encruzilhada e não tem pra onde ir. Ele não pode voltar a ser juiz e não existe a vaga esperada no Superior Tribunal Federal (STF). "Incomodado ainda pela perda do Coaf, o ex-juiz avaliou, de fato, um pedido de demissão. Sem muitas opções no momento, decidiu ficar", revela.
A coluna ainda aponta que "Não foi uma mera divergência. Sergio Moro lutou o quanto pôde para que Jair Bolsonaro não assinasse o decreto sobre porte de armas. A decepção do ministro foi total com a decisão do chefe", informa o jornalista.
Bolsonaro anunciou decreto de armas mesmo sem parecer do ministério de Moro
A consultoria jurídica do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) teve menos de 24 horas para avaliar o decreto que flexibilizou as regras para a posse e o porte de armas, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) na terça-feira (7).
Segundo informa o Portal UOL, pareceres da equipe jurídica do ministério comandado por Sergio Moro mostram que a minuta do decreto só foi encaminhada ao órgão no final do dia 6 e que os pareceres foram assinados no dia 7. Bolsonaro, porém, já havia anunciado que iria assinar o decreto no dia 5, dois dias antes de o ministério de Moro dar o seu aval.
Apesar de ser um tema próximo à pasta de Sergio Moro, o ministro disse na quarta que o decreto não fazia parte de uma "política de segurança pública" e ainda revelou que a proposta era uma dívida político-eleitoral à base bolsonarista.
O decreto
O decreto assinado por Bolsonaro altera as regras para a compra e o porte de armas no país. Entre as novidades, estão a possibilidade de que menores de idade possam participar de clubes de tiro com a autorização de apenas um dos pais e a extensão do porte para diversas categorias profissionais, incluindo conselheiros tutelares e até jornalistas.
No total, o decreto de Bolsonaro poderá armar 19 milhões de brasileiros.