27 NOV 2024 | ATUALIZADO 16:18
POLÍTICA
DA REDAÇÃO
20/05/2019 16:03
Atualizado
20/05/2019 16:07

Em novo discurso, Bolsonaro joga seguidores contra o congresso

Vale lembrar que na sexta (17), Bolsonaro compartilhou texto que dizia que o Brasil é "ingovernável", já que o Congresso está a serviço de corporações que se opõem a mudanças
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (20) que o Brasil é um país que tem tudo para dar certo, mas que o problema é a sua classe política
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (20) que o Brasil é um país que tem tudo para dar certo, mas que o problema é a sua classe política.

"O Brasil é um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo. Mas o grande problema é a nossa classe política", disse Bolsonaro, pedindo apoio do governador e do prefeito do Rio, Wilson Witzel (PSC) e Marcelo Crivell (PRB). "Nós temos que mudar isso ", completou.

As declarações vem no momento apoiadores tentam insuflar atos em apoio ao governo e contra o Congresso, marcados para o próximo domingo (26), pedindo a aprovação de decretos do governo, como a da reestruturação do Executivo, e da reforma da Previdência.

A afirmação foi durante evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Segundo reportagem da Folha, Bolsonaro voltou a atacar a mídia e disse que gostaria que a imprensa brasileira fosse isenta. Ele defendeu a necessidade de uma reforma da Previdência, afirmando que pode ser "salgada" para alguns, mas visa combater privilégios.

Vale lembrar que na sexta (17), Bolsonaro compartilhou texto que dizia que o Brasil é "ingovernável", já que o Congresso está a serviço de corporações que se opõem a mudanças.

Na Firjan, Bolsonaro disse que "cada vez que eu toco o dedo numa ferida, um exército de pessoas influentes vira contra mim". Ele convocou os presentes a pressionar seus parlamentares a votar propostas to governo. "Nós temos uma oportunidade ímpar de mudar o Brasil. Mas não vou ser eu sozinho —apesar de meu nome ser Messias— que vou conseguir", disse.

Apesar do tom criminalizador contra o Congresso, Bolsonaro foi contraditório. Disse que não há crise entre poderes e voltou a criticar a imprensa. "O que há é uma grande fofoca. E parece que lamentavelmente, grande parte da nossa mídia se preocupa mais com isso do que com a realidade e o futuro do Brasil", disse.

Mas em seguida disse que o Congresso tem um ritmo de votações muito lento e que a convocação das manifestações de domingo foi mais ágil.

"O que mais quero é conversar [com o Congresso]. Mas eu sei que tem gente que não quer apenas conversar", continuou, sem especificar quem seriam e quais os interesses desses últimos.

Em entrevista após a cerimônia, o porta voz da presidência, Otávio do Rego Barros, disse que Bolsonaro ainda não decidiu se participará de manifestações no domingo.

Mais crise

O presidente Jair Bolsonaro, que já abriu frentes de crise com o Legislativo e o Judiciário, além de categorias como os funcionários públicos e estudantes, agora assestou as baterias contra o Ministério Público que, segundo ele, "se mete em tudo. Algumas vezes com razão, outras não. E inviabiliza aquela obra", afirmou em referência à construção de uma linha de transmissão de energia entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), o chamado Linhão de Tucuruí.

Segundo Bolsonaro, a questão está ligada à passagem do linhão por áreas indígenas. "Uma reserva indígena não nos permite passar para a União, mas parece que vamos resolver agora. Falei com meu Conselho de Defesa Nacional. A Funai queria um prazo até 15 de maio para ouvir os índios. Esse "ouvir" cada um entenda como bem entender. Se Deus quiser vamos resolver a questão neste ano", disparou.

O ataque de Bolsonaro ao MP acontece em meio às investigações envolvendo a movimentação atípica de R$ 1,2 mlhão de Favrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de de Flávio Bolsonaro, filho do presidente. No final de abril, a procuradoria pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio e de outras 94 pessoas e empresas ligadas a ele.

Durante seu discurso na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), onde recebeu a Medalha do Mérito Industrial, Bolsonaro também atacou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, embora não tenha citado diretamente os seus nomes.

"Outro dia falei que não nasci para ser presidente. Desceram a lenha em mim. Quem nasceu (para ser presidente) está preso ou está estocando vento", afirmou. "Se dizem que não fiz nada como deputado, graças a Deus. Se fizesse, estaria preso numa hora dessa", completou.


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