11 FEV 2025 | ATUALIZADO 10:32
POLÍCIA
CEZAR ALVES
16/06/2019 20:39
Atualizado
17/06/2019 10:37

PM ameaça parar cobrando uma conta que o Estado alega não ter como pagar

Governo diz que vai pagar assim que entrar dinheiro em caixa, garante pagar o salário do mês antes do final de cada mês e assume que vai manter o pagamento das diárias operacionais também pagando em dia
PM ameaça parar cobrando uma conta que o Estado alega não ter como pagar. Governo diz que vai pagar assim que entrar dinheiro em caixa, garante pagar o salário do mês antes do final de cada mês e assume que vai manter o pagamento das diárias operacionais também pagando em dia.

Os policiais militares aprovaram paralisação a partir desta segunda-feira, dia 17, em todo o Rio Grande do Norte, o que tem sido motivo de preocupação por parte da população, principalmente porque os policiais cobram uma  dívida que o Estado não tem recursos para pagar.

Esta greve anunciada têm três lados.

 O lado da PM, que merece o aumento e precisa receber o atrasado. Muito justo.  O lado do estado que reconhece a dívida e quer pagar, mas que não tem recursos suficientes.  E o lado do povo: que está aterrorizado com a possibilidade da PM parar e o vandalismo se espalhar pelo estado.

Os militares querem aumento de 60% em seus salários, referente a percas salariais que tiveram ao longo de vários governos no Rio Grande do Norte. 

Pleiteiam também as duas folhas que estão em atraso, referente ao final da gestão de Robinson Faria. Na pauta constam outros pedidos dos militares.

Em contato com o MOSSORÓ HOJE, o governo do Estado reconhece que os policiais merecem e que estão no direito de cobrar não só o aumento referente as perdas que tiveram ao longo de vários governos, mas também os salários que estão em atraso. 

Entretanto, o Governo do Estado informa que é de conhecimento público que não existe recursos em orçamento para aumentar o custo com a folha. Segundo o Governo, o Limite Prudencial já está acima do permitido (50%).

A realidade revela-se um quadro financeiro muito difícil, onde estado reconhece a dívida e a necessidade dos policiais, mas não tem como pagar.

E esta questão de Limite Prudencial vem do final do Governo Vilma de Faria. No início do Governo Rosalba Ciarlini, em 2011, já se tinha um déficit de R$ 4 milhões ao mês. LRF já estava estourada.

Quando Rosalba entregou o governo em 2015, o rombo já estava na casa de R$ 70 milhões/mês. Na época, Robinson retirou os recursos dos aposentados e complementou por algum tempo.

Em 2015, o Congresso se mobilizou para derrubar o Governo Dilma e deixou de blindar a economia Brasileira da crise internacional. O Brasil parou, desemprego chegou a 14%.

Em função disto, os repasses da União caíram para os municípios e estados, agravando ainda mais a crise. Mesmo com as medidas de redução de custos adotadas na época, o Governo Robinson Faria afundou.

Quando Fátima Bezerra assumiu no início de 2019, o rombo mensal já se aproximava de R$ 140 milhões/mês e a dívida com os fornecedores e a Previ estava na casa dos R$ 3 bilhões.

O caixa da Previ já estava vazio. O Estado estava quebrado. Coube ao Governo Fátima Bezerra adotar medidas amargas para reduzir os custos de manutenção dos serviços públicos em todo o Rio Grande do Norte.

Por sua vez, os policiais militares reclamam que em função dos reajustes que não tiveram, são quem menos ganham. Ganham menos da Polícia Civil e do também dos servidores do ITEP.  

Reclamam que tem o pior salário do País. Durante as assembleias, os policiais aprovaram cobrar o Governo do reajuste de 60%, as duas folhas em atraso ou cruzariam os braços. O ato dos policiais preocupa o governo, mas principalmente a população.

Na reunião de sexta-feira, 15, entre os representantes dos policiais e do Governo, os policiais reclamaram que o Governo do Estado não apresentou proposta para as percas de 60%. O governo, por sua vez, diz que apresentou sim, o que era possível apresentar.

O Governo propôs aos policiais militares.

– Plano de redução das distorções das carreiras da Polícia Militar e da Polícia Civil, representando um incremento nos salários dos policiais militares.

– Criação de um calendário para pagamento das promoções de carreira.

– Contratação de 1.000 novos policiais militares, assim que forem resolvidos os trâmites do último concurso.

-Salários dos policiais se mantendo pagos no meio do mês trabalhado.

-Investimento de R$ 3 milhões por mês em diárias operacionais, garantindo mais renda para os agentes e segurança para a população.

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