A área da educação brasileira tem 543 grandes obras paradas, com contratos que superam R$ 3,6 bilhões. O levantamento foi feito pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon)..
Os números foram compilados entre 15 de fevereiro e 15 de março deste ano. As obras abrangem projetos dos governos federal, estadual e municipal e algumas têm financiamento misto.
São obras que começaram a partir de 2009 e têm valores acima de R$ 1,5 milhão. Ou seja, obras com valores inferiores a isso, como a construção de uma pequena creche, por exemplo, ou iniciadas antes de 2009, não foram incluídas nessa estatística, o que faz com o que dado real de obras paradas na área possa ser ainda maior.
De acordo com a Atricon, a região Nordeste é a segunda no ranking das regiões com maior quantidade de obras paralisadas, 143, ficando atrás apenas do Sudeste, que possui 174 obras não concluídas (um terço, ou 32%, do total).
A Atricon afirma que mais de R$ 1,6 bilhão já foram pagos pelas obras que hoje estão paradas e, portanto, não estão em uso pelos estudantes.
A Associação concluiu em junho e divulgou, em meados do mês passado, um resumo, em forma de relatório, sobre um total de 2.555 grandes obras paralisadas no país (com valores acima de R$ 1,5 milhão e iniciadas a partir de 2009), envolvendo todas as áreas (não apenas educação).
Nesse relatório, a Atricon já havia destacado que a área da educação era a mais afetada por esse problema e respondia por 21,3% do total de obras.
No entanto, o relatório não trazia o número absoluto de obras paralisadas na área de educação em todo o país, nem a quantidade de obras por Estado e os valores já pagos por essas obras.
Os número foram divulgados agora por pedido da Globonews, após o Ministério da Educação (MEC) ter divulgado, na quinta-feira (11), uma lista de compromissos para a educação básica até 2022, que inclui a reestruturação do programa Proinfância para acelerar a construção de 4,9 mil creches no país.