12 MAR 2025 | ATUALIZADO 09:07
POLÍCIA
30/09/2019 10:52
Atualizado
30/09/2019 20:56

PM acusado de matar dois por motivação política será julgado nesta terça, em Mossoró

Duplo homicídio aconteceu em Taboleiro Grande, no Oeste do RN, no dia 4 de abril de 2013; Vítima estava comemorando vitória da prefeita eleita numa ação judicial soltando fogos, o PM não gostou e terminou em duplo homicídio
Damacicleide Bessa e José Lima Neto foram mortos a tiros às 14 horas do dia 4 de abril de 2013, na cidade de Taboleiro Grande

A sociedade mossoroense vai se reunir nesta terça-feira, dia 1º de outubro, no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, para julgar o policial militar Odionelson Pereira de Freitas, por ter matado a tiros Damasciclei Bessa de Medeiros e Francisco José Lima Neto às 14 horas do dia 4 de abril de 2013, no Centro da cidade de Taboleiro Grande, Oeste do Rio Grande do Norte.

O crime aconteceu ainda no calor da campanha política de 2012, que teve como vencedor a então prefeita Klébia Bessa. Apesar da vitória, vários processos foram ingressados na Justiça pedindo a cassação dela. Num destes processos, estava para ser julgado no dia 4 de abril, e Damasciclei Bessa, confiante na vitória na Justiça, soltou fogos de artifício em casa.

A família do PM Odionelson Pereira, inclusive a mãe dele, eram eleitores de Maria Míriam, que havia perdido a eleição, moravam em frente a casa de Damasciclei Bessa. A mãe do PM ligou para o filho e disse que os fogos de artifício estavam sendo soltos no muro de sua casa. O PM foi na casa de Damasciclei Bessa tomar satisfações e o matou.

O primo de Damasciclei Bessa, José Lima Neto, que mora perto, chegou repentinamente na casa, e também sofreu um tiro. Morreu a caminho do Hospital Regional de Pau dos Ferros. O Policial Militar estava de folga no dia do crime. O caso ganhou as manchetes dos jornais no Estado. Teve enorme repercussão por ter motivação política e envolver um policial.

Após ter sido investigado, o caso foi levado as barras da Justiça em Portalegre. Entretanto, devido a enorme influência dos dois lados na região, o Ministério Público Estadual e sua assistência neste caso, entendeu que não haveria segurança para o Corpo de Jurados julgar o policial Odionelson Pereira de Freitas em Portalegre. Pediram a transferência para Mossoró.

Em Mossoró, o juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, da 1ª Vara Criminal, inicialmente definiu que o julgamento acontecesse no dia 29 de outubro, entretanto, após diálogo entre as partes, mudou a data para este dia 1º de outubro de 2019. Na cidade de Taboleiro Grande, o clima é tenso. Familiares das vítimas e do réu estão vindo assistir o julgamento em Mossoró.

Os trabalhos do Tribunal do Júri Popular devem começar por volta das 8h30, com o sorteio dos sete membros da sociedade mossoroense para compor o Conselho de Sentença. Aberto os trabalhos, primeiro serão ouvidas as testemunhas e por último o policial Odionelson Pereira de Freitas, que terá a oportunidade de falar diretamente com os julgadores.

O promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro está inscrito para atuar na acusação no Plenário do Tribunal do Júri Popular enquanto que a defesa do réu será defendida pela advogada Roberta Ferreira de Castro.

Damasciclei Bessa era casado e deixou um filho pequeno. José Lima Neto era solteiro. Os dois são de famílias respeitadas e influentes na região Oeste do Rio Grande do Norte., assim como o policial Odionelson Pereira, que nesta terça-feira senta no banco dos réus.

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