Acordo de delação premiada firmado por dois executivos da construtora mineira Andrade Gutierrez, uma das integrantes do cartel de empreiteiras responsável pela roubalheira à Petrobras, envolve no esquema do Petrolão as principais lideranças do PSDB, maior partido de oposição ao governo Dilma. São citados na delação os senadores José Serra (SP), Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).
No início deste mês o tucano Aloysio Nunes começou a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após declarações do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, de que Nunes teria recebido R$ 200 mil de caixa dois para sua campanha ao Senado. Em março o principal delator da operação Lava Jato, Alberto Youssef havia afirmado que o senador Aécio Neves estaria envolvido em um esquema de corrupção de Furnas (estatal mineira de energia subsidiária da Eletrobras).
A empreiteira Andrade Gutierrez foi a maior doadora de recursos para a campanha de Aécio Neves em 2014, concedendo um total de R$ 20 milhões, divididos em 322 doações, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Álvaro Dias
Em depoimento concedido à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados, dia 25 de agosto, o doleiro Alberto Youssef confirmou que fez e financiou a campanha do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), sendo parte do dinheiro desviado da prefeitura de Maringá (PR).
Ao ser perguntado pelo relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), se teria alugado um jato utilizado tanto pelo doleiro como por políticos de Maringá, Yossef respondeu que na época fez a campanha do parlamentar com o auxílio do avião. "Parte dessas horas voadas foram pagas pelo [Luiz Antônio] Paolicchi, que foi secretário da Fazenda da prefeitura de Maringá", confirmou.