A reforma política votada na última terça-feira (08), na Câmara dos Deputados, acaba com a transparência política nas relações entre as empresas doadoras e candidatos. A partir de 2016, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ficará impossibilitado de detectar o vínculo entre as empresas financiadoras e os políticos financiados.
Pelo texto aprovado pelos deputados, as empresas estão proibidas de doar recursos para candidatos mas poderá fazer aos partidos. Essa mesma prática foi detectada pelo TSE nas eleições de 2014, sempre que as empresas não queriam ter seus nomes vinculados a determinado candidato.
Dessa forma, os partidos serviriam apenas de repassadores desses recursos. As empresas doam aos partidos e esses repassam, sem vincular as empresas, pelo financiamento, aos candidatos. E esses, em suas prestações de contas, sempre dirão que receberam recursos de seu partido e nunca de empresas.
Essa manobra está sendo vista por especialistas políticos como sendo a "oficialização das doações ocultas de recursos nas campanhas". O fim da transparência nas doações impedirá o mapeamento dos interesses empresariais nos governos e no Congresso. Também atrapalhará determinadas investigações sobre corrupção.