16 ABR 2024 | ATUALIZADO 08:31
ESTADO
DO G1/RN
18/02/2020 15:00
Atualizado
18/02/2020 15:03

Pedreiro que perdeu casa em incêndio ganha R$ 45 mil arrecadados em “vaquinha”

Seu Alcides Soares, de 58 anos, perdeu a casa e tudo que tinha dentro em novembro do ano passado, em Natal, mas os vizinhos conseguiram salvar o cachorrinho de Quinho, de 12 anos, que segundo seu Alcides, era tudo que lhe bastava. Com o dinheiro arrecadado projeto social de São Paulo, o pedreiro vai terminar de reconstruir a casa para morar com Quinho.
FOTO: BRUNO VITAL

O pedreiro Alcides Soares, ou simplesmente “Seu Alcides”, começou a reconstruir a vida após perder a casa em um incêndio no bairro Planalto, Zona Oeste de Natal, em novembro do ano passado.

O homem de 58 anos comoveu amigos, familiares e outras pessoas Brasil afora ao se reencontrar com o cachorrinho Quinho, que foi salvo das chamas.

Na época do incêndio, seu Alcides estava desempregado e se sustenta catando e vendendo materiais recicláveis. Ele perdeu a casa e tudo que estava dentro. A suspeita é de que as chamas tenham se espalhado rapidamente por causa do material inflamável que havia no imóvel.

Veja mais:

“Podia perder tudo, menos ele”, diz pedreiro sobre cachorro resgatado em incêndio


Uma vaquinha organizada por um projeto social de São Paulo arrecadou R$ 45 mil para Alcides reconstruir sua casa.

O objetivo era arrecadar R$ 19,5 mil, mas em menos de um mês a vaquinha foi apoiada por 917 pessoas e recebeu R$ 45,3 mil - mais que o dobro da meta inicial.

“Agora vou me programar, comprar o material e terminar de construir minha casa. Se não fosse essa ajuda da vaquinha eu não ia ter condições de fazer isso não”, comenta Alcides, que pretende terminar a obra nos próximos meses.

"A gente imagina que quando uma pessoa perde o lugar onde mora, ela perde tudo. Mas seu Alcides nos ensinou que para ele, a casa não tinha tanto significado naquele momento. O que importava era que seu cachorrinho, o Quinho, estava bem. Isso mexeu demais com a gente. Ficamos felizes com a vaquinha e esperamos que ele construa logo a casinha dele", diz Jéssica Souza, uma das criadoras da campanha.

O pedreiro “faz-tudo” de 58 anos, que atualmente trabalha como vigilante, até começou a reconstruir a casa com materiais doados pela população, mas a obra parou por falta de recursos.

O alicerce da nova residência de Alcides e Quinho foi erguido por dois amigos pedreiros, que ofereceram trabalho voluntário.

“Foi uma benção. É muito bom saber que tanta gente resolver ajudar. Não esperava que ia ser assim tão rápido. Na hora foi muito difícil, eu só pensava no que ia fazer porque há seis anos estou desempregado e vivo de bicos de pedreiro, eletricista e encanador. Eu só não fiquei num mato sem cachorro, como diz o ditado, porque fiquei com Quinho”, relembra o bem humorado Alcides com um semblante de esperança no rosto.

“A gente nem se conhecia direito, mas aí eu vi ele na reportagem e reconheci. Fui atrás e disse a ele que não tinha como ajudar na compra de material, mas prometi dar uma força na construção da casa”, explica Paulo Eduardo, pedreiro que se tornou amigo de Seu Alcides.

Apesar de prestar serviços a uma construtora privada, Paulo se dispõe a ajudar a terminar a casa do amigo trabalhando nos fins de semana. Enquanto o novo lar não fica pronto, Alcides recebe abrigo da irmã, no bairro Guarapes, Zona Oeste da capital potiguar.


Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário