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EDUCAÇÃO
01/04/2020 19:10
Atualizado
01/04/2020 21:47

Devido ao coronavírus, mossoroense defende tese de doutorado por vídeoconferência

Carlos Guerra Júnior apresentou a tese sobre rap em prestigiada universidade portuguesa em ligação realizada no Bom Jardim, em Mossoró, oeste do Rio Grande do Norte
Carlos Guerra Júnior (com headphone acima) apresentou a tese sobre rap em prestigiado universidade portuguesa em ligação realizada no Bom Jardim, em Mossoró, oeste do Rio Grande do Norte

O jornalista mossoroense Carlos Guerra Júnior defendeu a tese de doutorado em Ciências da Comunicação na prestigiada Universidade de Coimbra nesta terça-feira (31). Devido à crise do coronavírus, essa defesa aconteceu por vídeoconferência, em uma interação com os membros do júri e funcionários do departamento técnico e acadêmico da referida universidade portuguesa. Ele foi aprovado com distinção por unanimidade. Isso significa que o júri considerou haver méritos especiais no trabalho do pesquisador.

Carlos defendeu o trabalho a partir da casa de familiares, no bairro Bom Jardim, em Mossoró. Enquanto isso, as demais pessoas estavam em Portugal. Os membros do júri foram os professores doutores Otávio Raposo, Teresa Fradique, Pedro Belchior Nunes, Maria João Silveirinha (coordenadora do Doutorado em Ciencias da Comunicação) e Sílvio Correia dos Santos, orientador do novo doutor. O trabalho ainda teve co-orientação da professor Isabel Ferin Cunha, que assistiu o trabalho em vídeoconferência.

A tese do pesquisador mossoroense tem o título “Rap como forma de ativismo político no espaço lusófono: Estudos de caso em Portugal, Brasil, Angola e Moçambique”. O intuito do trabalho foi analisar convergências e divergências discursivas de artistas que representam grupos sociais historicamente excluídos. Os discursos analisados foram as músicas de rap e entrevistas presenciais. Os artistas estudados foram: Eduardo Taddeo (Brasil), Chullage (Portugal), MCK (Angola) e Azagaia (Moçambique).

Os discursos desses artistas foi comparado aos de teóricos que se dedicaram a estudar pan-africanismo, pós-colonialismo,colonização portuguesa, globalização, o discurso midiático nos países estudados e a própria cultura hip-hop. Com isso, o pesquisador comprovou como os discursos desses artistas periféricos se assemelham aos de acadêmicos.

Além disso, o mossoroente também comprovou como o rap apresenta as contradições da globalização, do capitalismo, da política desses países, da mídia, do sistema político e também denuncia a violência, o racismo, as desigualdades sociais, sendo também um instrumento valioso para servir de auxílio à educação formal.

Para realizar essa tese, o pesquisador que residia em Coimbra viajou até Moçambique, Lisboa (Portugal) e São Paulo, para realizar as entrevistas. Durante o processo, ele ainda apresentou resultados do trabalho em eventos, universidades renomadas e palestras, com destaque para palestra na Universidade de São Paulo (USP), congresso na Universidade de Salamanca (Espanha) e uma Cimeira Cultural Europeia na Bélgica.

O jornalista ainda atua como rapper. Com isso, está produzindo um álbum com parcerias musicais envolvendo artistas de 17 países, a partir do conhecimento encontrado nesta tese. Com isso, completa um processo denominado pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos como ecologia dos saberes, que é a união de conhecimentos distintos, visando aumentar o alcance desses conhecimentos e buscar a transformação social.

Além disso, o mossoroense foi recentemente aprovado como professor substituto na Universidade Federal do Cariri, em Juazeiro do Norte, no Ceará, e inicia no cargo após a crise do coronavírus.

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