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SAÚDE
Da redação
20/03/2015 07:54
Atualizado
13/12/2018 03:30

Papa Francisco: Pena de morte é fracasso do Estado

Em carta, o papa afirma que para o Estado de Direito "a pena de morte representa um fracasso, porque obriga a matar em nome da justiça" e porque "nunca haverá justiça com a morte de um ser humano".
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O papa Francisco afirmou hoje, 20, que "a pena de morte é o fracasso do Estado de Direito". Em uma carta que entregou ao presidente da Comissão Internacional contra a Pena de Morte, durante audiência no Vaticano.

Na carta, o papa afirma que para o Estado de Direito "a pena de morte representa um fracasso, porque obriga a matar em nome da justiça" e porque "nunca haverá justiça com a morte de um ser humano".

Francisco lembrou ainda que "a pena de morte perde toda a legitimidade devido à seletividade do sistema penal e perante a possibilidade do erro judicial".

"Como nos primeiros séculos, também atualmente a Igreja [Católica] sofre com a aplicação dessa pena aos seus novos mártires", observou.

Para o papa, quando se aplica a pena de morte "mata-se pessoas não por agressões atuais, mas por crimes cometidos no passado. É aplicada a pessoas cuja capacidade de fazer mal não é atual, mas que já foi neutralizada, e que estão privadas de liberdade".

"Atualmente, a pena de morte é inadmissível, por muito grave que tenha sido o delito do condenado. É uma ofensa à inviolabilidade da vida e da dignidade da pessoa, que contradiz o desígnio de Deus".

"Não traz justiça às vítimas, mas fomenta a vingança", acrescentou Francisco.

O papa também considerou "uma tortura" e um "tratamento cruel, desumano e degradante" a espera entre a sentença e a aplicação da pena, que pode se prolongar por vários anos.

Na carta, Francisco referiu-se ainda à prisão perpétua que, como já havia feito em outras ocasiões, definiu como "uma pena de morte disfarçada".

Ele disse que espera que a comissão continue a lutar para abolir a pena de morte e que "as ações empreendidas sejam acertadas e frutíferas".

Brasileiro no corredor da morte na Indonésia

Rodrigo Gularte, de 42 anos, está preso desde julho de 2004, após tentar entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte no ano seguinte.

A família de Rodrigo, no entanto, tenta impedir que ele seja executado, solicitando a transferência do brasileiro para um hospital psiquiátrico, após um médico do governo indonésio tê-lo diagnosticado com esquizofrenia.

Indonésia adia execução

Devido a forte pressão internacional e alguns recursos apresentados pelos condenados fizeram com que o governo da Indonésia adiasse por tempo indeterminado as dez execuções.

Para a próxima rodada de execução, além de Rodrigo, estão três nigerianos, dois australianos, um francês, uma filipina, um ganense e um indonésio.

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