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ECONOMIA
18/09/2020 15:24
Atualizado
18/09/2020 15:28

Brasil envia 1ª carga de melões para degustação no mercado chinês

Os melões, objetos dessa 1ª exportação, são oriundos da produção da empresa mossoroense Vita +; Após várias tratativas, visitas e negociações com as autoridades e órgãos fitossanitários chineses foi possível obter a autorização de exportação para o país, cuja previsão, inicialmente, é de um volume de carga de potencial de 1.000 a 1.800 containers por mês; O melão será a primeira fruta cultivada em solo brasileiro a ganhar o mercado chinês
FOTO: CEDIDA

A Câmara de Comércio de Desenvolvimento Internacional Brasil – China (CCDIBC), em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS), está muito próxima de viabilizar a primeira exportação brasileira de frutas com destino ao país asiático.

A exportação será facilitada por meio da Agropecuária Vita+, com assessoria da R2MD, empresa de Consultoria pernambucana, situada no Recife. Esta é a primeira vez que uma negociação deste por acontece entre Brasil e China.

Após várias tratativas, visitas e negociações com as autoridades e órgãos fitossanitários chineses, conduzidas pela Abrafrutas, foi possível obter a autorização de exportação cuja previsão, inicialmente, é de um volume de carga de potencial de 1.000 a 1.800 containers por mês.

O melão será a primeira fruta cultivada em solo brasileiro a ganhar o mercado chinês, o que com certeza promoverá outras aberturas de comercialização com o maior consumidor mundial não só de melão, mas de frutas em geral, e trará consigo a possibilidade de exportação de outras, como o abacate e a uva, num futuro imediato.

Os melões, objetos dessa 1ª exportação, são oriundos da produção da Vita +, empresa genuinamente brasileira, originária de Mossoró (RN), com produtores filhos da terra e considerada uma fazenda-modelo que teve seus produtos liberados pelo protocolo da mosca-das-frutas, após a visita de fiscalização dos chineses, que realizaram todos os procedimentos para disponibilizar essa liberação.

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A mosca-das-frutas é uma das principais pragas na fruticultura mundial. No Brasil, as mais importantes compreendem várias espécies do gênero Anastrepha e a Ceratitis capitata, que causam danos diretos na produção de frutos, já que as larvas se alimentam da polpa, deixando-os inviáveis tanto para o consumo “in natura” como para industrialização.

O protocolo da mosca-da-fruta é obtido após constatadas todas as medidas executadas com a implantação do controle da praga, geralmente através de sistemas de contenções orgânicas com alternativas ecológicas.

A concretização dessa megaoperação já está prestes a acontecer, já tendo sido dado o start dos trâmites iniciais. Tanto que, nesta terça-feira (15), ocorreu no Aeroporto Internacional do Recife, o 1º embarque de melões, que estão seguindo para que sejam efetuadas degustações pelos potenciais clientes chineses, como explica o gerente-geral da Pac Log Logística Aeroportuária – Terminal Recife, Flaudemir Ferreira Patrício.

“A nossa empresa, nesse processo, é a responsável pelas operações necessárias para o embarque internacional. Somos nós que recebemos os produtos, efetivamos a liberação junto à Receita Federal e ao Ministério da Agricultura. Enquanto são realizadas essas operações burocráticas, nosso pessoal efetua a conferência, a pesagem, a paletização, o carregamento nos equipamentos próprios, e o consequente embarque nas aeronaves. Esse 1º embarque é apenas uma pequena quantidade e está sendo feito através de um cargueiro da Lufthansa, mas poderemos fazer embarques também através da TAP”, explica Flaudemir.

Com previsão de um contrato inicial com prazo de 5 anos, com embarques em torno de 1 mil containers por mês, cada container irá transportar o valor de U$ 24.500 em frutas, isso representará uma estimativa de exportação de melões no valor mensal de U$ 24.500.000.

Esta é a 1ª vez que se realiza uma venda de frutas do Brasil para a China por uma empresa 100% brasileira.

“Além de ser a 1ª exportação oficial de frutas para a China, esse trabalho da R2MD vai servir para incrementar o saldo favorável da balança comercial das relações Brasil-China, ampliando a geração de emprego e renda no semiárido potiguar, uma região carente, que será beneficiada com isso, além de gerar a ampliação do superávit da balança comercial. Ficamos felizes de estarmos contribuindo com isso. Se a região der um passo à frente, nós avançaremos juntos, pois somos o Nordeste, somos o Brasil”, diz Rafael Daher, um dos sócios da R2MD.

Outro sócio da R2MD, Rafael Martins, diz sentir-se recompensado. Segundo ele, a expectativa do início dessa megaoperação gerou muita ansiedade em todos envolvidos.

“Mais uma etapa vencida. Viemos pessoalmente acompanhar o embarque dessas amostras de melão no Aeroporto Internacional do Recife, totalmente credenciada e revisada pelo Ministério da Agricultura. Desta vez, as frutas estão sendo encaminhadas para degustação, mas a próxima etapa será o embarque oficial das frutas em meados de janeiro. Vale ressaltar que nunca entrou uma fruta oficial na China, este é um marco muito importante na história não só do Brasil como também da própria China”, ressaltou Martins.


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