O Senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, emitiu uma nota sobre seu posicionamento com relação à eleição da nova mesa diretora do Senado Federal.
A escolha do novo presidente da casa acontece nesta segunda-feira (1º). Cinco candidatos estão na disputa, sendo os dois favoritos a senadora Simone Tebet (MDB) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM).
De acordo com o senador Jean, cabe a ele, como representante do povo, apoiar aquele candidato com quem os diálogos possam ser mais amplos e que represente a luta contra os retrocessos impostos pelo governo federal.
Lembra que política não se faz dialogando apenas com quem tem um posicionamento igual, mas com todos os quais seja possível construir pontes “nos afirmando contra os retrocessos e privilegiando a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras”.
Veja nota na íntegra:
Em face do que tem se discutido nas redes, entendo que haja especulações acerca dos posicionamentos, meu e do meu partido – o PT, na iminente eleição para presidência do Senado Federal. Estamos em um momento de profundo acirramento e a cobrança popular não só é importante, como faz parte da genética do Partido dos Trabalhadores.
Observe-se que, ao contrário da situação da Câmara dos Deputados, na eleição do Senado temos governistas apoiando os dois principais candidatos. Enxergo ambos, Rodrigo Pacheco e Simone Tebet, como competentes parlamentares, respeitáveis e leais, na medida que a República exige. Não cabe a nós, representantes do povo, dialogar apenas com quem concordamos. Cabe encontrar pontos de apoio sobre os quais possamos construir pontes, nos afirmando contra os retrocessos e privilegiando a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras.
Entre as duas candidaturas, aquela representada pela liderança do governo Bolsonaro no Senado e no Congresso Nacional é a da Senadora Simone Tebet, que, na posição de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), fez o possível para cumprir diligentemente todo o pacote reformista do Governo. O ônus de demonstrar sua independência cabe à candidata e a seu partido, que não parece interessado em deixar a Liderança do Governo – que dirá cerrar fileiras com a oposição.
Nesse quadro, enxergo na candidatura do senador Rodrigo Pacheco uma oportunidade de composição ampla entre vários partidos, comprometidos em preservar a independência do Senado Federal. Nossa bancada apresentou uma série de demandas concretas a serem apoiadas pela Mesa Diretora do próximo biênio legislativo, todas motivadas pela defesa inarredável do interesse público e da manutenção da República perante tantas ameaças hodiernas. O documento é público. O compromisso assumido pelo senador Rodrigo Pacheco é igualmente público. Se eleito, ele responderá perante a opinião pública pelos seus atos no exercício da presidência do Senado Federal e do Congresso Nacional, condição na qual a única sujeição admitida é aos regimentos de ambas as casas, e à Constituição Federal.
O voto nesta eleição interna corporis é secreto, e mantenho firme a minha opinião a favor deste sistema, que evita retaliações e disputas indevidas. Mas as circunstâncias transparentes e cordiais deste pleito nos concedem a faculdade de expressar nosso apoio publicamente à candidatura que, por sua vez, também não tergiversou ao se comprometer com os conceitos que nos são caros.
Quanto à pauta do impedimento presidencial, temos a certeza do compromisso do advogado criminalista e senador Rodrigo Pacheco, uma vez investido na Presidência do Senado, de avaliar imparcialmente todos os elementos e argumentos que venham a caracterizar crime(s) de responsabilidade, de forma a decidir pela condução do devido processo, com amplo direito a defesa e contraditório, e, sobretudo, com a coragem cívica de executar o seu veredito pelo bem do Brasil e do povo brasileiro.