20 ABR 2024 | ATUALIZADO 22:33
NACIONAL
02/03/2021 16:49
Atualizado
02/03/2021 16:53

Desembargadores presos por ligação com esquema de corrupção de Witzel

Nesta terça-feira (2) a Polícia Federal prendeu quatro desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro e seis advogados. De acordo com o MPF, os desembargadores teriam recebido propina para garantir a inclusão de Organizações Sociais da área da saúde e de empresas de transporte no Plano Especial de Execução da Justiça do Trabalho. Ainda segundo o MPF, um "vasto acervo de provas" aponta para a prática de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
FOTO: REPRODUÇÃO

A Polícia Federal prendeu hoje quatro desembargadores do TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro) e seis advogados que, segundo o MPF (Ministério Público Federal), têm ligação com um esquema de corrupção liderado pelo governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC).

Vinte e seis mandados de busca e apreensão também foram determinados por Nancy Andrighi, ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Um dos mandados foi cumprido na sede fluminense do TRT, no centro da capital fluminense.

Entre os presos, está o desembargador afastado Marcos Pinto da Cruz. Na residência dele, no Jardim Botânico, na zona sul, os policiais apreenderam documentos. De acordo com o MPF, ele seria "o principal articulador da organização criminosa com ativa participação em todos os fatos delitivos".

O esquema de corrupção foi denunciado por colaboração premiada feita pelo ex-secretário estadual de Saúde do Rio Edmar Santos.

O ESQUEMA

Desembargadores do TRT da 1ª Região teriam recebido propina para que garantissem inclusão de OSs (Organizações Sociais) da área da saúde e de empresas de transporte no Plano Especial de Execução da Justiça do Trabalho. Segundo o MPF, um "vasto acervo de provas" aponta para a prática de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Na prática, as OSs eram beneficiadas com a aceleração de processos trabalhistas. A conclusão desses processos é necessária para que as organizações obtenham certidões negativas de débitos e possam firmar novos contratos com a administração pública. Em troca disso, os desembargadores recebiam propina por meio de advogados parceiros.

Desde o ano passado, a PGR (Procuradoria-Geral da República) investiga a existência de esquemas criminosos com a participação do chefe do Executivo Estadual, já afastado do cargo.

Os citados são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

OS ALVOS DE MANDADOS DE PRISÃO

Marcos Pinto da Cruz, desembargador

José da Fonseca Martins Junior, desembargador

Fernando Antônio Zorzenon da Silva, desembargador

Antônio Carlos de Azevedo Rodrigues, desembargador

Eduarda Pinto da Cruz, operadora

Sônia Regina Dias Martins, operadora

Marcello Cavanellas Zorzenon da Silva, operador

Leila Maria Gregory Cavalcante de Albuquerque, operadora

Pedro D'Alcântara Miranda Neto, operador

Manoel Messias Peixinho, advogado e operador

Suzani Andrade Ferraro, operadora.

WITZEL ALEGA INOCÊNCIA

Ao todo, já foram apresentadas três denúncias ao STJ contra Witzel, a esposa, Helena, e outros envolvidos em crimes já apurados. Entre os casos investigados, estão desvios de recursos públicos destinados ao enfrentamento da epidemia da covid-19.

Witzel foi afastado do cargo em agosto passado, por ordem do ministro Benedito Gonçalves, relator do inquérito principal contra ele. Em setembro, a ordem foi referendada pela Corte Especial do STJ.

A primeira denúncia oferecida contra o governador já foi recebida por unanimidade pelos ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça.

Desde o início das investigações, Witzel tem negado envolvimento com qualquer esquema de corrupção.


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